A economista Maria da Conceição Tavares faleceu neste sábado, aos 94 anos, em Nova Friburgo. Referência do pensamento desenvolvimentista no Brasil, Tavares, de origem portuguesa e nacionalidade brasileira, influenciou uma geração de economistas no país. Deixa dois filhos, Laura e Bruno, além de dois netos, Ivan e Leon, e o bisneto Théo. A causa da morte não foi divulgada.
Respeitada pelo conhecimento e carisma, a economista lecionou na Unicamp e na UFRJ, conquistando a admiração de muitos. Em sua festa de 80 anos, em 2010, personalidades políticas e acadêmicas prestigiaram o evento.
Nascida em 24 de abril de 1930, Maria da Conceição Tavares enfrentou períodos desafiadores, como a ditadura militar. Exilada no Chile, defendeu o modelo nacional desenvolvimentista. Em 1974, foi detida sem clareza sobre os motivos, em um episódio que evidenciou tensões políticas da época.
Conhecida por suas opiniões francas, a economista criticou políticas econômicas, incluindo o Plano Real e medidas do governo do PT. Sua influência ultrapassou as salas de aula e as páginas dos livros, sendo reconhecida também em debates públicos.
Maria da Conceição Tavares, além de sua contribuição acadêmica, demonstrou interesse pelo futebol e pela política, era vascaína e foi integrante do PT, chegando a ser deputada federal.
Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte da amiga. "Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil", escreveu nas redes sociais.