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Comunicado de Imprensa
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O dólar voltou a subir nesta sexta-feira (7), fechando a sessão de negócios no seu maior patamar em mais de um ano e meio. Investidores estão atentos aos sinais sobre os futuros juros dos Estados Unidos. Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, a criação de vagas de trabalho na maior economia do mundo cresceu mais do que o esperado em maio, o que reacendeu temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) adie o início do ciclo de cortes das taxas.

A política monetária em outros países desenvolvidos também foi observada, bem como falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), fechou em queda.

Resumo dos mercados

Dólar: Ao final da sessão, o dólar avançou 1,42%, cotado em R$ 5,3242. Com esse resultado, acumulou alta de 1,43% na semana e no mês, e ganho de 9,72% no ano. Na quinta-feira (6), a moeda norte-americana caiu 0,89%.

Ibovespa: O Ibovespa encerrou com um recuo de 1,73%, aos 120.767 pontos, acumulando quedas de 1,09% na semana e no mês, e 10% no ano. Na quinta-feira, o índice encerrou em alta de 1,07%.

Motivos da alta do dólar

O principal impulsionador do dólar são as incertezas sobre a postura do Federal Reserve (Fed) em relação aos juros dos EUA. Dados econômicos dos Estados Unidos têm sinalizado uma possível desaceleração da economia, o que leva os investidores a acreditarem que o Fed pode iniciar o ciclo de cortes nos juros em setembro. No entanto, dados recentes indicam uma criação de empregos acima do esperado em maio, o que traz incertezas sobre a direção dos juros. Juros mais altos nos EUA favorecem o dólar, tornando os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.

Além disso, outros fatores contribuíram para a alta do dólar, como a variação de preços das commodities, o cenário da balança comercial brasileira e as incertezas sobre o quadro fiscal do Brasil.

Esta semana, as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também estiveram em foco. Haddad participou de uma reunião privada com agentes do mercado, onde comentou sobre rumores de aumento do limite do arcabouço, desmentindo informações falsas circuladas no mercado.

Questionado sobre rumores que circularam no mercado sobre um possível aumento do limite do arcabouço, Haddad afirmou que houve um erro de interpretação e que não entendia "a intenção da pessoa que repassou uma informação falsa".

"A pergunta que me foi feita por um dos integrantes da reunião [...] é se havia possibilidade de contingenciamento este ano se algumas despesas obrigatórias crescessem além do previsto. E eu disse que sim", disse Haddad.

"É absolutamente normal e aderente ao que prevê o arcabouço fiscal. Então, não intendi a intenção da pessoa que vazou uma informação falsa a respeito do que eu disse", acrescentou o ministro.

Haddad afirmou ainda que "pela dinâmica do arcabouço", haverá contingenciamento de despesas.

"Se você tiver uma despesa obrigatória crescendo para além do que está previsto no orçamento, você vai pressionar as outras despesas e obrigar o governo a contingenciar", afirmou o ministro.

A reunião em questão teria sido com executivos do Santander e outros agentes de mercado e, segundo o ministro, houve uma quebra de protocolo.

"Isso é uma irresponsabilidade. Eu sugeriria vocês a entrar em contato com o CEO do Santander. É muito grave o que aconteceu. Isso não pode acontecer. Você não pode utilizar uma reunião fechada para depois vender para o mercado aquilo que não foi dito", afirmou o ministro, reiterando que o presidente da instituição poderia confirmar o que foi dito por ele na reunião.

Outros eventos importantes da semana também ganharam destaque. Na terça-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentou 0,8% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores. Em comparação anual, o crescimento foi de 2,5%. Esse movimento foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que registrou um aumento de 1,4%, enquanto a agropecuária teve um crescimento de 11,3%. No entanto, a indústria apresentou uma leve queda de 0,1%.

No cenário internacional, as atenções estiveram voltadas para a Europa, onde o Banco Central Europeu (BCE) realizou o primeiro corte de juros básicos em cinco anos. Em novas previsões, o BCE estimou que a inflação média ficará em 2,2% em 2025, acima da previsão anterior de 2,0% e além da meta de 2% da instituição. Christine Lagarde, presidente do BCE, destacou em uma coletiva de imprensa que, apesar do progresso recente, as pressões de preços internas continuam altas devido ao aumento dos salários, prevendo que a inflação permanecerá acima da meta até o próximo ano.

Com essa decisão, o BCE se junta aos bancos centrais do Canadá, Suécia e Suíça, revertendo algumas das mais acentuadas séries de aumentos das taxas de juros na história recente.

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