O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), defendeu novamente nesta quarta-feira (5) a cooperação internacional para a taxação dos super-ricos, durante sua participação em um seminário no Vaticano.
O petista utilizou como exemplo o desastre ocorrido no Rio Grande do Sul para argumentar que os recursos obtidos com essa taxação poderiam ser usados no combate às mudanças climáticas.
Haddad explicou que os países precisam reavaliar todos os “órgãos multilaterais e financiamentos para combater a crise climática de natureza global”, destacando os problemas fiscais enfrentados pelos estados brasileiros devido às suas dívidas.
“Os estados nacionais estão endividados, com fragilidade fiscal. A taxação dos super-ricos coloca uma questão: enfrentar a desigualdade. É um símbolo de um caminho a ser percorrido por todos nós com cooperação internacional”, comentou o ministro.
Além de participar da conferência “Enfrentar a crise da dívida no Sul, Haddad se encontrou com o ministro da Economia e Finanças da Itália, Giancarlo Giorgietti. Nos dois eventos, ele debateu sobre propostas em relação as reformas fiscais e as mudanças geopolítica global.
“A proposta de taxação dos super-ricos para combater a fome e as mudanças climáticas implica numa cooperação global para além das relações bilaterais entre blocos e países. São apenas três mil super ricos em todo mundo”, publicou o ministro sobre o encontro no X.
Haddad, em parceria com a vencedora do prêmio Nobel de Economia Esther Duflo e pelo economista Gabriel Zucman, defende um projeto que cria um sistema tributário internacional que determina a cobrança de impostos de grandes corporações tenham uma alíquota de 15%.
O texto ainda defende que os bilionários paguem uma quantia de, no mínimo, 2% da sua fortuna anualmente. Os recursos seriam usados para o combate à pobreza e a mudança climática.
Haddad e o Papa Francisco
O período de Haddad na Itália seguirá nesta quinta-feira (6). Ele visitará o Papa Francisco, às 3h no horário de Brasília, no Vaticano. Ele quer o apoio do líder da igreja católica para que a proposta de taxação dos super-ricos saía do papel.
O entendimento por parte de auxiliares do ministro da Fazenda é que, caso Francisco demonstre publicamente apoio ao projeto, outros líderes mundiais podem se unir ao projeto.
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