A Americanas divulgou nesta segunda-feira (26) os aguardados resultados financeiros de 2023 da rede varejista, após dois adiamentos. A empresa registrou um prejuízo de R$ 1,621 bilhão no terceiro trimestre, uma redução de 17,8% em relação à perda de R$ 1,972 bilhão no mesmo período do ano anterior.
O valor foi ajustado em relação aos R$ 212 milhões de prejuízo originalmente anunciados pela empresa. Nos nove primeiros meses de 2023, a Americanas acumulou um prejuízo de R$ 4,611 bilhões, representando uma queda de 23,5%.
No terceiro trimestre, a receita líquida totalizou R$ 3,261 bilhões, registrando uma queda de 39,2% em comparação com o mesmo período de 2022. No acumulado dos nove meses, a receita atingiu R$ 10,293 bilhões, representando uma redução de 45%. A venda bruta (GMV) totalizou R$ 16,059 bilhões nos nove meses de 2023, registrando uma queda de 51,1% em relação ao ano anterior.
Ao longo do ano, a empresa encerrou as atividades de 99 lojas físicas no país, totalizando 1.764 unidades até setembro. De acordo com o grupo, mais de 70% das lojas fechadas estavam localizadas em cidades onde havia mais de uma unidade da empresa. Além disso, a maioria dos encerramentos ocorreu na região Sudeste.
Receita em canais digitais
Nos nove primeiros meses de 2023, as receitas da empresa tiveram uma queda de 45,1% em relação ao mesmo período de 2022, totalizando R$ 10,293 bilhões. Esse resultado foi impulsionado pelos canais online da empresa, que registraram uma redução de 79,2% na receita durante o mesmo período, alcançando R$ 1,898 bilhão.
Histórico
A Americanas entrou em recuperação judicial em janeiro de 2023, declarando ter dívida de mais de R$ 40 bilhões. Paralelamente ao processo, veio a revelação de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões no balanço da companhia. Uma expressão que, na época, era usada como eufemismo para a fraude.
O primeiro plano de recuperação foi apresentado em 20 de março aos que possuem debêntures da empresa (títulos de dívida emitidos pela própria para captar recursos). Mas foi rejeitado no fim de maio. Ele previa aumento de capital de R$ 10 bilhões por meio dos acionistas de referência, Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann, são sócios da 3G Capital. O trio tinha o controle do grupo até 2021. Mesmo tendo vendido parte das ações, os bilionários são os maiores acionistas individuais da empresa.