O índice de produção industrial nacional registrou um aumento de 0,5% em novembro de 2023 em comparação com outubro , evidenciando uma variação positiva no setor. No entanto, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (5), revelam uma variação nula no acumulado de 12 meses.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o setor apresentou um avanço de 1,3% em novembro de 2023. Os resultados positivos foram observados em duas das quatro grandes categorias, em 10 das 25 areas, em 32 dos 80 grupos e em 46,9% dos 789 produtos pesquisados. É relevante destacar que novembro de 2023 (com 20 dias úteis) teve o mesmo número de dias úteis em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Os setores extrativas (3,4%) e produtos alimentícios (2,8%) destacaram-se com crescimento, indicando um cenário positivo na transição de outubro para novembro. Entre os 25 ramos industriais pesquisados, 13 apresentaram aumento na produção.
Além disso, contribuições positivas significativas para o desempenho geral da indústria foram observadas nos segmentos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,6%), bebidas (2,8%), produtos de minerais não metálicos (2,3%) e metalurgia (0,8%).
Conforme a pesquisa, doze atividades registraram redução na produção, sendo que os produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,2%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,1%) foram os principais responsáveis pelos impactos negativos. Ambas as atividades anularam os avanços observados no mês anterior, que haviam sido de 3,5% e 1,0%, respectivamente.
Para Mauro Rochlin, economista e Coordenador Acadêmico FGV/MBA, os problemas relativos à inserção do Brasil nas cadeias globais de valor explicam esse baixo desempenho da indústria nacional. “O Brasil ainda tem uma baixíssima participação no comércio internacional como proporção do PIB. Isso sem dúvida nenhuma reflete essa baixa inserção das cadeias industriais nacionais nas cadeias globais de produção”, argumenta.
“O problema é mais estrutural. Em primeiro lugar, existe uma baixa produtividade para o setor industrial brasileiro. Além de uma produtividade que está abaixo dos seus pares emergentes. E segundo lugar, existem algumas questões que dizem respeito ao entorno do setor industrial com impacto importante. Além disso, temos visto uma certa insegurança com relação os marcos regulatórios, o que impacta alguns setores relevantes”, complementa.
“Nossa chance de competir lá fora é mínima. E a chance da indústria nacional competir internamente com as importações se torna cada vez mais difícil”, conclui.