O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), não compareceu na reunião que discutiu a dívida estadual. O encontro contou com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que criticou o chefe do Executivo mineiro.
“Eu estou na Presidência há 10 meses e de vez em quando eu ouço o Haddad falar que tem tentado discutir a dívida dos Estados com os governadores. É importante lembrar que o governador de Minas Gerais não compareceu a nenhuma reunião. Ele manda o vice”, afirmou o petista na reunião.
“Eu espero que daqui para frente o governador compareça para conversar com o ministro da Fazenda. Eu quero ajudar, o governo federal quer ajudar. Nós queremos dialogar e resolver o problema. Eu só espero que haja boa vontade do governador de fazer um acordo que seja razoável aos olhos da sociedade mineira e do povo brasileiro”, acrescentou.
Em resposta, Zema afirmou que tem discutido a questão da dívida com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), desde maio. O governador anunciou que se reunirá com Pacheco e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para tratar do assunto.
“Na sequência, se reúne com o ministro da Fazenda, Fernando Hadadd, para dar continuidade às tratativas sobre a dívida dos estados, iniciadas em maio deste ano, quando o governador esteve com o ministro e demais governadores para discutir o tema”, declarou o governador em nota.
Na segunda (20), Zema se encontrou com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), para falar sobre o assunto.
“Essa dívida não é só de Minas. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás também enfrentam problema semelhante. E se fosse fácil, ela já teria sido resolvida há muito tempo. No meu governo, não fizemos um centavo de endividamento. Só temos pagado juros da dívida. Se a dívida, hoje, está grande, é porque ela foi feita lá atrás”, comentou.
Pacheco lidera solução da dívida de Minas
Pacheco apresentou uma proposta para quitar a dívida de Minas Gerais com a União durante o encontro com Lula.
O plano propõe um "novo Refis dos Estados" ou um "programa de plena quitação" para resolver a dívida de R$ 160 bilhões do estado.
As regras incluem o pagamento de uma parte da dívida à vista, com desconto equivalente no restante, e a quitação do valor remanescente em até 144 meses. Entretanto, o estado, ao aderir ao programa, ficaria impedido de participar do Regime de Recuperação Fiscal ou solicitar a suspensão da dívida.
A proposta de Pacheco precisa do acordo do governo Lula para ser oficializada através de um projeto de lei. O senador planeja apresentar o mesmo plano em uma reunião posterior com Zema.
A proposta de Pacheco também tem um viés eleitoral. O presidente do Senado tem a intenção de concorrer ao governo de Minas Gerais e Lula pretende apoiá-lo em 2026. Por conta disso, existe o interesse de transformá-lo no “rosto” da solução da dívida do estado.