O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desejou sorte nesta segunda-feira (20) ao novo presidente da Argentina , Javier Milei , ultradireitista eleito presidente do país neste domingo (19). Haddad apoiou Sergio Massa , candidato governista e atual ministro da Economia do país.
"Agora é desejar sorte. O presidente (Lula) demonstrou apreço pela democracia, o nosso continente tem que se fortalecer. Vamos aguardar os acontecimentos", disse Haddad, em conversa com jornalistas.
No mês passado, Haddad já havia criticado publicamente o então candidato e disse que uma vitória de Milei preocupava o governo brasileiro. A Argentina é o principal parceiro do Brasil na América do Sul.
"É natural que eu esteja [preocupado]", revelou Haddad em outubro. "Uma pessoa que tem como uma bandeira romper com o Brasil, uma relação construída ao longo de séculos, preocupa. É natural isso", disse. "Preocuparia qualquer um... Porque em geral nas relações internacionais você não ideologiza a relação".
No primeiro turno, Milei ficou em segundo lugar, quase sete pontos porcentuais abaixo do peronista Sergio Massa. Desde então, ganhou apoio da terceira colocada, Patrícia Bullrich.
No segundo turno, Milei venceu a disputa pelo comando da Casa Rosada, com 55,70% dos votos válidos, e Massa 44,30%.
Milei também é crítico da relação com o Brasil e já disse que pretende tirar a Argentina do Mercado Comum do Sul (Mercosul). O bloco econômico sul-americano, formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e outros países associados, é considerado estratégico pelo governo brasileiro.
O mandato de Milei ameaça o acordo entre União Europeia e Mercosul, que vem sendo debatido desde 1999.
Sem citar o nome do ultradireitista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também desejou sorte e êxito ao novo governo. Ele parabenizou as instituições e a população argentina pela condução do processo eleitoral.
Em agosto de 2023, Argentina e outros países foram convidados para integrar o Brics a partir de janeiro de 2024. O grupo foi fundado em 2006, com Brasil, China, Rússia e Índia, consideradas algumas das principais economias emergentes do mundo.
Neste domingo, a principal cotada ao Ministério de Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, disse à Sputnik que o país não deve se juntar ao BRICS .