Carlos Antônio Vieira Fernandes, novo presidente da Caixa Econômica Federal
Reprodução/Facebook
Carlos Antônio Vieira Fernandes, novo presidente da Caixa Econômica Federal

Indicado pelo Centrão para presidência da Caixa Econômica Federal,  Carlos Antônio Vieira , ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira, negou que esteja estudando eventual corte nas taxas de juros do banco público. Ele assume a cadeira que era de Rita Serrano nesta quinta-feira (9).

Em entrevista ao jornal O GLOBO, ele disse que a indicação de nomes do bloco de partidos de centro é "uma dinâmica natural" na administração pública, no entanto, ele reforçou que irá priorizar "competência" na formação da sua equipe. 

Sobre eventual corte na taxa de juros da Caixa, Vieira disse que, apesar de público, o banco precisa "competir com outros bancos em relação aos produtos de mercado". 

"Por sermos um banco social, ter uma relação diferente como o acionista em relação aos outros, podemos oferecer taxas mais competitivas. Mas não precisamos fazer cortes muito acentuados porque não é a taxa que vai fazer com que o cliente venha para nós, é um conjunto, preço, praça, propaganda, ponto de venda e promoção", declarou. 

Ele pontuou também que deve abrir mais agências físicas, mas estudando a vocação delas.

"Devemos abrir [agências], mas mais do que isto é descobrir a vocação das agências. Não posso forçar uma agência, localizada em um lugar não propício à venda de cartão e sim fazer programas sociais, ter alta rentabilidade. Vamos mudar o modelo de avaliação das agências. Não vejo problema em abrir agências e fazer concurso público", afirmou. 

Ele também tocou nos escândalos que atingiram a Caixa durante a última gestão, quando o ex-presidente, Pedro Guimarães, foi denunciado por assédio moral e sexual. 

Segundo Vieira, sua experiência como secretário-executivo de ministérios por cinco anos e presidente do terceiro maior fundo de pensão do país, a Funcef, demonstram seriedade e comprometimento para gerir o banco "sem macular a história" que construiu.

O novo presidente do banco diz ainda que não sente pressão em assumir o posto.

"A pressão política por onde passei nos ministérios é muito maior do que aqui. Fui gestor num ministério (das Cidades) que tinha 70% do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), as emendas vinham de lá. A Caixa é apenas a executora da política pública. Ela é contratada pelo governo. Sobre isso, eu me sinto muito confortável."

O gestor também afirmou que o presidente Lula pediu que o banco "gere resultados como um banco social", sendo "indutor de crescimento".

"A Caixa por ser um banco oficial precisa dar crédito, como fez em 2008, na crise financeira internacional, em uma ação anticíclica adotada pelos bancos públicos com êxito no segundo governo Lula."

Quem é

Formado em Economia e Estudos Sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Guarabira (Fafig) - atual Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) - Vieira é funcionário de carreira da Caixa desde 1981 e já ocupou o posto de presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), o fundo de pensão dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal.

O novo presidente foi secretário-executivo do Ministério das Cidades do governo Dilma Rousseff, durante a gestão de Gilberto Occhi, ligado ao PP de Arthur Lira. Além disso, Vieira também teve atuação na pasta da Integração Nacional em 2015, durante a gestão do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). 

Outros cargos de destaque ocupados pelo novo presidente da Caixa foram os de diretor-presidente da BRB Financeira e presidente do Conselho de Administração da Companhia Brasileira de Transporte Urbano (CBTU). 


    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!