Nesta sexta-feira (3), o Diário Oficial da União oficializou a nomeação de Carlos Antônio Vieira Fernandes como o novo presidente da Caixa Econômica Federal, substituindo Maria Rita Serrano. A trajetória de Vieira Fernandes é marcada por uma carreira política que envolve tanto o governo do PT quanto um episódio controverso de demissão durante o mandato de Dilma Rousseff.
Carlos Antônio Vieira Fernandes não é estranho à política e ao governo do PT, já que ocupou cargos de destaque anteriormente. Ele atuou como presidente do Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa (Funcef) e também como secretário-executivo dos Ministérios das Cidades e da Integração Nacional durante o governo de Dilma. No entanto, sua passagem pelo governo petista foi marcada por um desligamento abrupto.
Em abril de 2016, enquanto atuava como secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional ao lado do então ministro Gilberto Occhi (PP), Vieira Fernandes foi demitido por decisão da ex-presidente. Esse episódio ocorreu em um contexto de grande turbulência política, durante o processo de impeachment.
Naquela época, o PP oficialmente declarou que seus deputados e senadores votariam a favor do impeachment de Dilma.
Em resposta a essa decisão, a ex-presidente optou por exonerar todos os filiados do PP e os integrantes do governo nomeados pelo partido. Carlos Antônio Vieira Fernandes estava entre os que foram desligados de seus cargos.
A demissão ocorreu em meio à tensão política e ao clima de incerteza do período de cassação. A atitude de Dilma foi vista como uma reação à posição do PP, considerada por ela como uma "traição".
Sete anos depois, o Partido Progressista volta a fazer parte da base governista em um governo do PT. Desta vez, é a terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A nomeação de Carlos Antônio Vieira Fernandes foi uma decisão tomada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e também incluiu a indicação do ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA).
As mudanças na Caixa Econômica Federal não param na presidência, já que o Centrão, uma coalizão de partidos, terá influência na escolha dos vice-presidentes que representam o Republicanos e o União Brasil.
As negociações continuam em andamento, especialmente porque o PT busca manter o comando da diretoria de Habitação, que é responsável pelo programa "Minha Casa Minha Vida."