Linha de montagem da fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP)
Divulgação/General Motors
Linha de montagem da fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP)

Os trabalhadores da GM (General Motors) entraram em greve por tempo indeterminado que começa nesta segunda-feira (23). A mobilização foi aprovada em assembleias nos sindicatos de São José dos Campos, Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul, após a empresa demitir funcionários por telegrama. 

O corte de pessoal ocorreu no sábado (21). A categoria cobra e reintegração de todos os funcionários. O total de demitidos não foi divulgado.

"A fábrica só voltará a produzir após o cancelamento dos cortes e garantia de estabilidade no emprego para todos. A aprovação foi por unanimidade, em assembleia unificada entre os três turnos", diz o comunicado do SindmetalSJC.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirma que operários em layoff, mulheres grávidas e pessoas com problemas de saúde receberam telegramas e emails comunicando a demissão, sem negociação prévia com os empregadores. 

Trabalhadores dos três turnos se reúnem na posta da fábrica nesta segunda reivindicando a reintegração dos empregados. A unidade tem cerca de 4.000 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer.

“Esta greve confirma a tradição de luta dos metalúrgicos da General Motors. Vamos pressionar o presidente Lula, o governador [de São Paulo] Tarcísio [de Freitas], o prefeito Anderson e a própria empresa. A GM agiu de forma ilegal, por desrespeitar o acordo e a legislação, e imoral, por desrespeitar os trabalhadores. Não vamos produzir um parafuso sequer, enquanto as demissões não forem canceladas”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano.

A GM alega que a crise econômica impactou as vendas e, consequentemente, precisou apelar às demissões, o que o sindicato contesta. 

Segundo relatório divulgado pela montadora, 1,6 milhão de veículos foram entregues no segundo trimestre, uma alta de 11,5% em comparação a 2022. O que resultou em alta de 51,6% no lucro líquido na comparação anual, representando US$ 2,57 bilhões (R$ 12,94 bilhões) ao todo.

A entidade representativa dos trabalhadores lembra que pelo acordo do layoff, aprovado em junho, cerca de 1.200 operários da planta ainda deveriam ter estabilidade no emprego durante a vigência da suspensão de contratos.

Nos Estados Unidos, três montadoras (GM, Ford Motor e Stellantis) estão lidando com greves que duram mais de um mês. As montadoras dizem que as exigências do sindicato prejudicariam seus lucros, já que tentam competir com fabricantes não sindicalizados, como a Tesla.


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