O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), tem intensificado suas negociações com o Congresso Nacional visando evitar a aprovação de pautas-bombas que ameacem o compromisso de alcançar um déficit zero em 2024, conforme prometido pelo governo Lula.
A equipe econômica está enfrentando desafios consideráveis, com o aumento das despesas e a redução da arrecadação em pauta frequente entre os parlamentares, criando preocupações no Palácio do Planalto.
Haddad e sua equipe começaram o ano com uma estreita colaboração com deputados e senadores. Entretanto, nos últimos dois meses, essa relação esfriou, mas agora o ministro da Fazenda busca reavivar esses laços.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), buscam equilibrar os interesses do Congresso com as preocupações do ministro da Fazenda.
É evidente que as pautas-bombas têm motivações políticas mais profundas do que preocupações econômicas. Haddad compreende que, devido às eleições municipais de 2024, deputados e senadores desejam atender às suas bases eleitorais, o que pode afetar a prioridade do Palácio do Planalto em alcançar o déficit zero.
O Ministério da Fazenda ficou contrariado com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores, pois irá gerar uma despesa de R$ 9,5 bilhões para a União.
No entanto, o ministro continua insistindo na necessidade de equilibrar as contas no próximo ano. Não por acaso, ele quer debater com mais afinco o projeto que pretende quase dobrar o faturamento das empresas com direito ao regime do Simples.
A assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda foi procurada pela reportagem, mas optou por não comentar sobre o assunto.