Um levantamento feito pelo Sindifisco (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal) aponta que cerca de 16,9 milhões de contribuintes seriam isentos de Imposto de Renda caso a tabela fosse corrigida pela inflação.
A defasagem entre 1996 e agosto de 2023 é de 436,41%, no entanto, as correções feitas nesse período na Tabela Mensal do IR deram conta de apenas 117,7%.
Se a tabela fosse atualizada segundo a inflação, nenhum contribuinte cuja renda tributável mensal seja inferior a R$ 4.647,46 pagaria o imposto.
O último reajuste, promovido no governo Lula, permitiu com que dois milhões de declarantes ficassem isentos. No início do ano, o presidente elevou a faixa de isenção para 2 salários mínimos (R$ 2.640).
Segundo o Sindifisco, a negligência com a correção da tabela faz com que muitos daqueles que não ganharam mais, ou mesmo ganharam menos, paguem mais, ampliando a desigualdade no país.
A defasagem da tabela é mais prejudicial para os contribuintes que ganham menos. Por exemplo, para aqueles com rendimento de R$ 6.000,00, a não correção da tabela impõe um recolhimento mensal a mais de R$ 663,60, um valor 654,18% maior do que deveria ser feito. Já o contribuinte com renda mensal tributável de R$ 10.000,00 paga 170,02% a mais.
A correção da defasagem total da tabela do IRPF, desde 1996, implicaria uma renúncia fiscal de R$ 108,41 bilhões.