O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que não há sinais de que a adoção do horário de verão será necessária neste ano. “O horário de verão só acontecerá se houver sinais e evidências de uma necessidade de segurança de suprimento do setor elétrico brasileiro. Por enquanto não há sinais nenhum nesse sentido. Estamos com os reservatórios no melhor momento dos últimos 10 anos”, explicou na última quarta-feira (27).
Em entrevista ao Portal iG , Fernando Blower, que é sócio do Meza Bar e do Yayá Comidaria, no Rio de Janeiro, defende que a retomada do horário de verão beneficia restaurantes e bares , pois favorece o horário do happy hour. “A sensação de segurança, de bem-estar a medida que a luz do dia ainda está presente faz com que as pessoas tendam a ficar na rua por mais tempo. Isso era um comportamento que se via durante décadas e que beneficia diretamente o setor”, defende.
Fernando, que também é Presidente do Sindicato de Restaurantes e Bares do Rio de Janeiro (SindRio) acredita que a maioria dos estabelecimentos seriam beneficiados. “O gosto pelo horário de verão já é arraigado na cultura do brasileiro”.
O horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, no governo de Getúlio Vargas. Mas só passou a ser adotado com constância a partir de 1985. A estratégia, que adiantava o relógio em uma hora de outubro a fevereiro para economizar energia, foi extinta pelo governo Bolsonaro em 2019. A medida é adotada também em outras partes do mundo, com um dos principais motivadores sendo a economia de energia.
O Chef Edgar Rodrigues, que administra o MisturaFina Gastronomia, consultoria que cuida das cozinhas de 25 restaurantes em São Paulo, também acredita que a retirada do horário de verão diminuiu o fluxo de clientes em horários que antes eram mais propícios no verão.
"É algo pelo qual a gente trabalha faz tempo, pois as casas ficam abertas mais tempo, por causa coisa do dia mais longo. Essa coisa do relógio biológico interfere no consumo", defende.
Na última semana, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviou uma carta ao presidente Lula , ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin , e ao ministro do Turismo, Celso Sabino. Na carta, a associação expressou seu apoio à retomada do horário de verão. Segundo a associação, a mudança no relógio gera um crescimento de 10% a 15% no faturamento de bares e restaurantes.
A carta, enviada na última sexta-feira (22), salienta que a adoção do horário de verão teria um impacto direto no faturamento dos bares e restaurantes, levando a um aumento nas receitas. Além disso, a medida impulsionaria a economia, especialmente nos setores de comércio e turismo. Os turistas, ao poderem aproveitar melhor os destinos devido ao horário estendido, contribuiriam para uma atividade econômica mais intensa até mais tarde no dia.
“O retorno do horário de verão proporcionaria mais tempo de luz natural durante os dias, o que favorece o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de trazer mais movimento e segurança às cidades de modo geral. Além disso, seria favorável para todo o país, afinal contribui para a economia de energia e reduz custos operacionais nas empresas, mesmo que não estejamos no momento com risco de desabastecimento”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.