Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante apresentação
Reprodução/Diogo Zacarias - 30/03/2023
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante apresentação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (3) que a aprovação do novo arcabouço fiscal é fundamental para evitar cortes no Orçamento do próximo ano. 

O Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024 será enviado ao Congresso no fim de agosto. A peça já contará com medidas que viram aumento da arrecadação federal, como a tributação de ativos offshore (no exterior) e taxação de fundos exclusivos. A lei permite atrelar ao orçamento medidas em tramitação no Congresso.

"As coisas estão indo para o Congresso. Precisam ser aprovados este ano porque, se não, o relator do orçamento vai ter que cortar despesa, por que não vai conseguir atingir o equilíbrio (orçamentário)", disse o ministro, em entrevista à GloboNews.

O ministro disse que o governo deve tentar ampliar a base no Congresso para conseguir avançar com as pautas necessárias. 

"Quem tem que julgar isso é o presidente da República. Eu sou a favor de ampliar a base? Sou. Penso que isso vai dar mais conforto para o governo, que precisa fazer uma transição e arrumar a desarrumação que foi feita. E isso exige apoio", disse, em entrevista à GloboNews.

O governo tem negociado a entrada de partidos do Centrão, como PP e Republicanos. Para isso, estuda entregar ministérios aos partidos aliados. 

Haddad reconheceu que há "pessoas que estão sendo cogitadas" que têm "ótima relação" com o presidente Lula.

"Obviamente não é porque um ministro tem uma feição mais conservadora, que ele não tenha uma agenda aderente ao plano de governo. O presidente é uma pessoa que tem apreço por governar, ele não terceiriza o governo. É da personalidade dele querer saber o que está acontecendo com cada pasta", argumenta.

Ele diz ainda que Lula assumiu em situação atípica, com margem apertada de votos, o que não deu a ele ampla base no Congresso. 

"Quando o presidente, ele próprio, escolheu o slogan ‘União e Reconstrução’ estava sinalizando que pegou uma situação crítica. Uma pessoa (Bolsonaro) se desesperou para ganhar a eleição e torrou o que o país não tinha. Então ele (Lula) sabia que era uma situação onde tem (sic) que ampliar, dar conforto para que essa agenda (do atual governo) prosperar ", avalia.

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