O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , disse nesta quarta-feira (2) que "certamente" o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve iniciar o ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic) hoje. Os oito diretores da entidade monetária estão reunidos neste momento com o presidente Roberto Campos Neto e devem fazer o anúncio após o fechamento do mercado.
"Temos um espaço importante para a queda da taxa básica e, quando cai a taxa básica de juros, o que certamente vai começar a acontecer hoje, você vai ter uma perspectiva de diminuição dos juros futuros, o que implica que as empresas vão começar a captar mais barato e, ao final, isso vai acabar chegando no consumidor", disse Haddad no programa "Bom dia, ministro", da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
A expectativa é que a taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano, caia cerca de 0,25 ponto percentual, apesar do governo cobrar, ao menos, 0,5 p.p. Caso a redução da Selic se confirme, será a primeira queda da taxa em três anos.
O ministro também disse que a taxa de juros no cartão de crédito é "vergonhosa" e prometeu solucionar a questão até o fim do ano.
O governo negocia com bancos uma queda dessa taxa, mas as instituições têm resistido. Nesta segunda (31), o ministro e outros integrantes do governo se reuniram com representantes do setor financeiro para debater uma possível queda nos juros.
A taxa média de juros no cartão de crédito rotativo atingiu o patamar de 437,25% em junho, segundo dados do BC. A modalidade é oferecida ao consumidor quando não há o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento.
"O crédito rotativo é o maior problema de juros do país. Você entra em uma roda, da qual não consegue sair. É um problema grave para as famílias brasileiras (...) É uma vergonha. Vamos tomar providência, tem um grupo de trabalho e temos que envolver os lojistas. Estamos com objetivo de este ano dar uma solução final para esse problema", disse Haddad.