O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, criticou nesta quinta-feira (27) o Banco Central por manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Segundo ele, o patamar beira a "insanidade" e está afetando o saldo de empregos registrado pelo Caged.
“O juros brasileiro é o mais caro do mundo. E crescendo […] Hoje, estamos com o juros alto e crescendo do ponto de vista do juros real. Então, é uma insanidade e eu espero que na semana que vem essa insanidade comece a amainar a partir da decisão do Copom”, disse. As declarações foram dadas em entrevista ao programa “Brasil em Dia” do CanalGov.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC se reúne entre os dias 1º e 2 de agosto para definir a nova taxa de juros. A expectativa do mercado é que haja redução de 0,25 pontos percentuais na Selic.
“Esperamos que na semana que vem o Banco Central possa dar a 1ª sinalização para corresponder a essa boa expectativa. Seguramente nós podemos, sim, chegar aos 2 milhões, próximo disso ou ultrapassar os 2 milhões a depender dessas decisões”, declarou
Mais cedo, o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) registrou a criação de 157.198 empregos formais (com carteira de trabalho) em junho. Foram 1.914.130 contratações contra 1.756.932 demissões. O estoque de empregos com carteira assinada subiu para 43,468 milhões em junho.
Em 2023, o saldo é de 1.023.540 vagas, o pior desempenho para o período desde 2020. Marinho disse que se não fosse o comportamento "inadequado" do Banco Central, o país poderia ter criado até 1,3 milhão de emprego no ano.
O ministro defendeu que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, seja chamado pelo Senado a explicar a política de juros.
Marinho disse ainda ser uma unanimidade entre agentes econômicos que a “economia está pronta para voar”. Porém, segundo o ministro, a taxa de juros é o “grande problema” que inibe o crescimento de vagas de emprego formal no país.
“A indústria está pronta para crescer, para gerar empregos de qualidade. As ações do governo têm sido muito positivas […] O que está inibindo para que não tenha crescido mais ainda? Os juros. Aqui está o grande problema”, disse.