Juros devem seguir altos, apesar das críticas de Lula; quem tem razão?

Reunião do Copom

Nesta quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve manter a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 13,75% ao ano, patamar em que se encontra desde agosto do ano passado. Descontada a inflação, esta é a maior taxa de juros do mundo.

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Lula critica BC

Desde o início do ano, o governo federal, sobretudo na figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vem criticando as decisões do Copom de manter os juros elevados. Nesta semana, Lula chegou a dizer que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deve explicações à sociedade a respeito da manutenção da Selic a 13,75% ao ano.

Ricardo Stuckert/PR

Lula tem razão?

Na visão de economistas ouvidos pelo portal iG, a postura de Lula se justifica porque os juros altos, de fato, afetam a sociedade e, portanto, incomodam a ala política, além de prejudicarem empresários.

Reprodução CNN Brasil

Lula tem razão?

Apesar do incômodo gerado no governo, os economistas apontam que, por enquanto, não houve espaço para queda dos juros por parte do Copom. "Existe o desconforto com juros altos, mas existe um motivo para essa dinâmica. Até aqui, a condução da política monetária foi acertada", avalia Rodolfo Margato, economista da XP.

José Cruz/ Agência Brasil

Dinâmica dos juros

Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, avalia que os juros, de fato, estão muito elevados, mas que o controle da inflação está nas mãos do Banco Central. "Enquanto os governos, independente de qual seja, não forem capazes de se comprometer no controle da inflação, sempre voltaremos a ter juros altos no Brasil. O primeiro passo foi dado, o novo arcabouço fiscal parece ser mais factível que a antiga regra fiscal", opina.

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pressão resolve?

Para Pedro, é pouco provável que a pressão do governo interfira na decisão do Copom, já que o colegiado é formado por nove membros, incluindo Campos Neto. Já Rodolfo avalia que a pressão deve reduzir depois desta quarta-feira, quando o Copom deve indicar que os juros começarão a cair em agosto.

Agência Brasil

Confira a análise de economistas a respeito da decisão do Copom nesta quarta-feira

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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