Em conversa com jornalistas na manhã desta quinta, Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento, declarou que está otimista com o resultado do PIB do primeiro trimestre do ano divulgado nesta quinta-feira (1).
"Nós estamos com expectativa de que se nada mais crescer, mesmo assim [o PIB] chegar a 2,3%, desfazendo qualquer expectativa mais pessimista que todos nós tínhamos no início do ano", avaliou.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calculou uma alta de 1,9% nos três primeiros meses do ano , enquanto analistas de mercado esperavam avanço de 1,3%. Frente ao mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 4,0%. No acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB subiu 3,3% ante os quatro trimestres consecutivos anteriores.
Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,6 trilhões, sendo R$ 2,2 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 317,1 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
PIB avança 1,9% em relação ao trimestre anterior
O PIB cresceu 1,9% na comparação do primeiro trimestre de 2023 com o quarto trimestre de 2022, na série com ajuste sazonal. Houve alta na Agropecuária (21,6%) e nos Serviços (0,6%) e estabilidade na Indústria (-0,1%).
Expectativas de crescimento
As projeções para o crescimento do PIB neste ano são diversificadas. Na última semana, o Ministério da Fazenda elevou a expectativa de 1,61% para 1,91% até o final de 2023.
Para o mercado, porém, a expectativa é mais moderada. Analistas ouvidos pelo Banco Central no Boletim Focus esperam alta de 1,26% no PIB neste ano. Na última semana, a projeção era de 1,20%. Já o Citi elevou sua projeção de 0,3% para 1,0%.
O resultado enfatiza o desejo do governo por uma queda na taxa de juros , opinou Tebet. "Isso quebra o argumento de que o crescimento impacta demais a inflação e tem de ter taxa de juros alta. Crescemos acima da expectativa com decréscimo de expectativa de inflação", declarou a ministra. "Mesmo com economia mais aquecida do que previsão do Focus, está tendo queda da inflação. Não é por demanda, não temos essa inflação por demanda como muitos apostam", acrescentou.
A ministra espera que outras políticas já adotadas pelo governo tenham efeitos a partir do segundo trimestre, sustentando o crescimento da economia. "Alguns impactos ainda não apareceram: o salário mínimo com valorização foi dado agora, não pegou o primeiro trimestre. A incorporação de famílias no Bolsa Família, programas de fomento, tudo isso é levado no somatório", avalia.