O presidente do Banco Central , Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (30) que o cenário inflacionário deve "engrenar uma melhora" mesmo com o crescimento da economia acima do esperado. Ele deu a declaração ao ser homenagenado pelo Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE) com o prêmio Inovação para o Desenvolvimento Econômico.
Campos Neto disse ainda que a inflação está "clareando um pouco" e rebateu as críticas quanto à política monetária da instituição.
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"Quando a gente pega a atividade econômica no Brasil, a gente tem também uma notícia boa. Então, a gente tem aqui nesse curto prazo, eu sempre digo, que o cenário está clareando um pouco porque a gente tem uma inflação que parece que vai engrenar uma melhora, mesmo que lenta e ao mesmo tempo em que a atividade tem surpreendido para cima", afirmou.
O presidente do Banco Central, porém, alertou que a expectativa para inflação no longo prazo segue em alta por conta de ruídos em torno de uma eventual mudança na meta de inflação.
"Em termos de expectativa de inflação, a gente começou a ver nas últimas semanas os números melhorando um pouco, de 2023 melhorou bastante na ponta; de 2024, a gente tem alguma resiliência, mas já vê alguma melhora. Quando a gente pega as inflações de mercado, a gente vê alguma melhora, mas quando olha de uma forma geral, as expectativas de inflação de longo prazo, ainda tem um número bastante elevado, 4% contra uma meta de 3%", declarou.
Ele afirmou que se a meta de inflação de 2024, que é de 4%, for mantida, atrelada à aprovação do arcabouço fiscal, as previsões devem ser mais otimistas.
"Houve um grande ruído sobre qual deveria ser a meta de inflação e muita gente entendeu que o governo ia aumentar a meta de inflação, as expectativas em parte se deslocaram. Então, parte do deslocamento está relacionando a isso, parte está relacionado ao fiscal, a incerteza e isso está sendo endereçado. A gente entende que isso deve melhorar", afirmou Campos Neto.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne em junho para debater uma possível mudança na meta de inflação.