O Brasil atingiu em 2022 o menor nível de desigualdade de renda em dez anos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar de ainda ser uma das mais altas do mundo, a desigualdade brasileira caiu em 2022, sobretudo, por conta da recuperação do mercado de trabalho após o período de isolamento social causado pela pandemia de Covid-19 e do pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 600. Em 2022, o Brasil bateu o recorde de pessoas recebendo benefícios de programas sociais .
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O índice de Gini domiciliar per capita, que mede a desigualdade, passou de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022. Este é o menor valor desde 2012, quando teve início a série histórica. O índice é usado globalmente e varia entre 0 e 1: quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade de renda.
O Nordeste se manteve como a região brasileira com maior desigualdade (0,517), e o Sul com a menor (0,458). Entre 2021 e 2022, todas as regiões tiveram queda no índice de Gini.
Apesar das quedas, a desigualdade no Brasil permanece alta. Em 2022, o rendimento médio domiciliar per capita do 1% mais rico da população foi de R$ 17.447. Já o rendimento médio dos 50% que ganham menos foi de R$ 537, o que significa que o 1% mais rico da população recebeu 32,5 vezes mais que os 50% mais pobres - em 2021, a razão era de 38,4 vezes.
"A queda brusca dessa razão para o menor patamar da série histórica reflete um pouco tudo que observamos. Muitas pessoas voltaram para o mercado de trabalho, os muito pobres estão recebendo um auxílio que se compara ao auxílio emergencial em valor, e o 1% mais rico teve uma pequena redução no rendimento", afirma Alessandra Brito, analista da pesquisa.