Haddad diz contar com redução dos juros, não saída de Campos Neto

Ministro negou que esteja pressionando por abdicação do cargo pelo presidente do Banco Central

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante apresentação
Foto: Reprodução/Diogo Zacarias - 30/03/2023
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante apresentação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (13) que não conta com uma eventual saída do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto , e sim que el mesmo reduza a taxa básica de juros. 

Campos Neto tem mandato até o final de 2024, segundo a lei de autonomia do BC, podendo ser renovado por mais quatro anos, o que ele mesmo já disse não desejar.

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Em entrevista a jornalistas na China, Haddad disse que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro não cresce há dez anos. No momento, a "escassez" e aumento do custo do crédito estariam dificultando o desempenho econômico do país, segundo ele.

Segundo Fernando Haddad, o mercado de capitais está “travado” aguardando “as medidas da autoridade monetária”. 

Ele disse ainda que "tudo está convergindo" para harmonização nas áreas fiscais e monetária, portanto, seria possível diminuir a Selic. 

“Veja aí, os efeitos da queda da inflação, o câmbio, o real mais valorizado, as variáveis se estabilizando, a curva de juros futuro caindo, enfim, há sinais evidentes [para a queda dos juros]“, declarou.

A ala política do governo pressiona para que Campos Neto peça demissão do cargo para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa indicar um nome de sua preferência. 

Haddad não citou seus colegas de partido, mas disse que questiona a taxa de juros não “para ofender quem quer que seja” e, sim, que as pessoas falem “pelo bem do Brasil”. “É um direito de cada cidadão”, afirmou.

A taxa Selic está em 13,75%, maior patamar desde novembro de 2016, com isso, o Brasil é o país com o maior juro real do mundo.