A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, negou nesta segunda-feira (13) que haja risco fiscal na economia. Segundo ela, o alerta do Banco Central (BC) é discurso "dos ricos" e representa uma "visão antiquada" que "corrobora com a mentira".
No comunicado de dezembro do ano passado, o Copom mencionou a "elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país" e "estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada"como fatores que pressionaram a inflação no governo do PT.
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Gleisi rebateu a nota no aniversário de 43 anos do partido. Ela aproveitou para reforças as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à taxa básica de juros (Selic).
“Está na hora de enfrentarmos esse discurso mercadocrata dos ricos desse país, que temos risco fiscal. Qual risco? De não pagar a dívida? Mentira. Nossa dívida é toda em reais, numa proporção razoável do PIB [Produto Interno Bruto]. Ainda temos as reservas internacionais, deixadas pelo PT”, disse.
“Eles mentem, e o Banco Central, uma autarquia do estado brasileiro corrobora com a mentira, impondo um arrocho de juros elevados ao Brasil. Isso tem que mudar. Temos um mercado antiquado, atrasado que não percebeu ainda as mudanças internacionais”, completou.
Gleisi disse ainda que cúpula Nacional do PT aprovou a convocação do presidente do Banco Central , Roberto Campos Neto, para explicar a política de juros. Essa é mais uma tentativa de pressionar o BC a reduzir a taxa Selic, que está em 13,75% desde o fim do ano passado.
Nesta segunda (13), Campos Neto disse que comparece aos pedidos "quantas vezes for preciso" e completou dizendo que o debate dos juros no país é necessário.
A presidente do PT já havia feitos críticas à atuação da autoridade monetária e disse que o BC age como "a última trincheira do bolsonarismo no poder".