O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu nesta quarta-feira (8) a autonomia do Banco Central , em meio a ataques do PT e de aliados da base do governo. Para Pacheco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, irão se entender. O presidente do Senado disse ainda que a medida é um "avanço".
"O presidente do Banco Central é um homem preparado, muito de bom trato. O presidente Lula realmente é muito determinado em enfrentar o problema de fome, de miséria, de conferir estabilidade ao Brasil. São todos homens de boa intenção e como homens de boa intenção se reúnem e os problemas se resolvem", declarou.
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"(A autonomia do BC ) Foi aprovada em ambas as Casas, sancionada, depois houve uma discussão de constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal. Considero que é um avanço, afasta critérios políticos de algo que tem um aspecto técnico muito forte que é o Banco Central" disse Pacheco.
O presidente do Senado refutou qualquer mudança nas regras atuais.
"Vamos buscar cuidar das questões do país e enfrentar problemas dentro dessa realidade que existe, dessa autonomia do Banco Central, e buscar criar as pontes necessárias entre as pessoas envolvidas para que a gente possa ter um propósito em comum bem sucedido", disse.
A autonomia foi aprovada em 2021 visando dissociar a gestão monetária de interferência política, para isso, implementou mandatos de 4 anos para o presidente do BC, intercalando com as eleições para o Planalto.
Campos Neto foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e tem um mandato que dura até o final de 2024.
O presidente do BC tem sido alvo de cíticas públicas de Lula por permitir a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%.
"Eu vou esperar esse cidadão Campos Neto terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente", declarou Lula à Rede TV.
Lula disse sugeriu ainda que os senadores podem tirar Campos Neto do cargo. Segundo a lei de autonomia da instituição, o Senao tem o poder de destituir o presidente do BC caso ele não desempenhe adequadamente a função.
Senadores resistem a avançar com a sugestão de Lula. Inclusive, até o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou que haja possibilidade de rever a autonomia do banco.