Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais, afirmou nesta quarta-feira (8) que não existe discussão interna no governo federal para mudar a autonomia do Banco Central (BC). Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado o BC.
"Não existe qualquer discussão dentro do governo sobre mudança da lei do Banco Central, existe sim uma vontade de que aquilo que estão nos objetivos do Banco Central sejam cada vez mais perseguidos por todos. Fomentar o pleno emprego, suavizar qualquer flutuação econômica, garantir estabilidade econômica", afirmou Padilha.
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O ministro também negou que o governo esteja pressionando o Senado a antecipar o fim do mandato do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que se encerra em 2024.
Nas redes sociais, o líder do PT na Casa, senador Fabiano Contarato, afirmou que Lula "não cogita destituir Campos Neto, que terá seu mandato respeitado". "Ao aludir ao papel do Senado, [Lula] apenas refere ao que está na Lei, sem manifestar qualquer intenção política nesse sentido", completou.
Nos últimos dias, Lula tem usado suas aparições públicas para criticar a autonomia do BC, sobretudo por conta do alto patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% ao ano.
Nesta segunda-feira (6), Lula disse que "não existe justificativa" para a Selic estar tão alta, e chamou de "vergonha para o povo brasileiro" as justificativas do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão ligado ao BC que define a taxa.
Como resposta a Lula, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, defendeu nesta terça-feira a autonomia do Banco Central . "Quanto mais independente você é, mais eficaz você é", afirmou.