O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta quarta-feira (1º) durante a XP Agro Conference que o Porto de Santos está "na boca" para a privatização
. Segundo ele, a venda do porto pode gerar até R$ 20 bilhões em investimentos.
Segundo o governador, há certa resistência do governo federal quanto ao processo, mas disse estar fazendo "um trabalho de convencimento" para que o porto possa ser privatizado.
Tarcísio disse que o valor arrecadado com a venda aumentaria a oferta de transporte, "que foi o que pautou nossa atividade no Ministério [de Infraestrutura]".
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"Está pronto [o processo para a privatização], vai ser um espetáculo", disse ele, ressaltando que a privatização também gerará empregos.
O governador disse ainda que é "sócio" do presidente Lula, apesar de ter sido ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Estamos colocando os argumentos, tive oportunidade de falar com Lula, ele disse 'em princípio, eu sou contra, mas estou pronto para receber argumentos, para ser convencido, posso mudar de opinião se o projeto for bom'", disse Freitas.
Tarcísio irá agendar uma conversa com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, para colocar seus argumentos.
"É uma oportunidade de fazer história e dar uma grande demonstração de relação republicana, imagina São Paulo e o governo federal unidos em projeto importante para o Brasil..., e conduzir este processo mesmo estando em campos políticos opostos...", disse o governador a jornalistas, após falar no evento.
França deseja vender apenas a autoridade portuária, mas a decisão de fatiar a venda não agrada Tarcísio. "Perderia a potência [da privatização]. O maior valor é o poder de tomar decisão", disse.
Ele disse que, como governador, quer "despertar a vocação ferroviária no Estado de São Paulo". "Tem que trazer os trens de volta e aproveitar o potencial hidroviário, que hoje está adormecido", disse, argumentando que a privatização do setor portuário "é passo definitivo para a eficiência" no escoamento da produção agrícola.
Por fim, Tarcísio disse ainda que pretende vender a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) após um prazo de dois anos para a "estruturação" do processo.
"Estamos nas tratativas para contratar o estruturador, que no caso da Sabesp deve ser o IFC, vamos trabalhar ainda com o Banco Mundial, a partir daí é ver o desenrolar do estudo...", disse ele, acrescentando que são necessárias também negociações com prefeitos e a Assembleia Legislativa.