Em vídeo que circula nas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está na Flórida (EUA), mente sobre nunca ter rompido o teto de gastos e engana sobre programa de transferência de renda. (Veja o vídeo no final da matéria)
Ao defender sua gestão na economia, Bolsonaro diz que "triplicou o valor do Auxílio Brasil, do Bolsa Família, com responsabilidade. Sem furar teto, sem nada".
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O ex-presidente, no entanto, violou a regra fiscal em 4 ocasiões. Sendo elas:
- R$ 46,1 bilhões em transferências para estados e municípios em setembro de 2019
- R$ 44 bilhões da PEC emergencial em março de 2021
- R$ 105,2 bilhões da PEC dos Precatório em dezembro de 2021
- R$ 41,2 bilhões com a PEC Eleitoral em julho de 2022
As alterações, patrocinadas pelo Congresso Nacional, somam um impacto fiscal de R$ 236,5 bilhões em relação ao desenho original da regra, de acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão atrelado ao Senado Federal.
A fala de Bolsonaro é falsa já que seu ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu diversas vezes publicamente que o governo furou o teto de gastos. “Foi muito mal construído”, disse Guedes em evento promovido pela XP Investimentos em São Paulo.
Além disso, a declaração que o valor do programa de transferência de renda foi triplicado também é imprecisa. O Bolsa Família pagava R$ 89, mas tinha valores adicionais de acordo com a característica de cada família, fazendo com que o benefício alcançasse até R$ 320, próximo aos R$ 400 propostos pelo Auxílio Brasil, se descontada a parcela emergencial de R$ 200.
Apesar de ter "garantido" que o valor de R$ 600 seria mantido em 2023, o orçamento enviado por Bolsonaro ao Congresso para este ano limitava o benefício em R$ 405.
O ex-presidente está fora do Brasil desde o dia 30 de janeiro, e não passou a faixa presidencial para o sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Veja o vídeo