O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), começou a se movimentar para evitar que a privatização do Porto de Santos seja barrada pelo governo Lula. Freitas teria ficado insatisfeito com as declarações dadas pelo futuro ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que impediria a concessão portuária.
A privatização do porto era uma das principais demandas do Ministério da Infraestrutura, comandada por Tarcísio de Freitas até junho deste ano. Freitas queria licitar a medida ainda neste ano, mas adiou o projeto para maior análise da proposta.
Na quinta-feira (22), Márcio França disse que irá barrar a concessão e manterá a autoridade portuária nas mãos da União.
No fim da tarde de ontem, Freitas se reuniu com Gilberto Kassab, seu secretário de governo e presidente do PSD, partido que será base de apoio do governo petista. O novo governador quer que Kassab articule uma reunião direta com Lula para viabilizar a venda do porto.
Nas previsões feitas por Freitas quando ainda era ministro, a concessão do Porto de Santos pode gerar R$ 18,5 bilhões em melhorias e ampliação, além de R$ 2,9 bilhões para a criação de um túnel subterrâneo que ligará o porto a Guarujá.
A minuta da licitação já está pronta e passa por análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Para o governo Jair Bolsonaro (PL), essa seria a segunda maior privatização dos últimos anos, perdendo, apenas, para a venda da Eletrobras.