A dois dias da votação da "PEC da Transição" na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), se encontrou com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no hotel onde o petista está hospedado, em Brasília.
A votação do texto estava prevista para acontecer na quarta-feira, mas foi adiada para esta terça-feira. A votação da PEC é considerada prioridade para Lula, para poder iniciar o governo cumprindo promessas de campanha.
Na Câmara, petistas admitem que Lira só pretende entregar votos à PEC da Transição se houver a garantia de espaço no governo.
Além disso, a indefinição do julgamento sobre a legalidade do orçamento secreto no Supremo Tribunal Federal (STF) também piorou o cenário, ajudando no adiamento da análise da PEC pelos deputados.
Enquanto espera o resultado do STF, Lira tem se movimentado para garantir espaços a aliados na próxima gestão.
Frente à postura de Lira, Lula interrompeu o anúncio dos ministérios. Aliados do petista endossam que não seria estratégico anunciar ministros antes da votação da PEC.
Até agora, Lula anunciou apenas cinco dos 37 ministérios. Todos os anunciados fazem parte da chamada “cota pessoal” de Lula, ou seja, indicados pela confiança e proximidade com o presidente.
São eles: Flávio Dino (Justiça), Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio (Defesa), Mauro Vieira (Itamaraty). A futura titular da Cultura, Margareth Menezes, também já informou que aceitou o convite de Lula, que no entanto não a anunciou oficialmente.