O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (15) que pretende cuidar dos pobres, e que essa tarefa exige "coração", e não cuidados com a política fiscal. A declaração foi dada no evento Natal dos Catadores, em São Paulo, junto com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a futura primeira-dama, Janja da Silva, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
"Digo sempre que para cuidar do povo pobre é preciso ter muito coração; a gente não cuida do pobre se ficar olhando dados estatísticos, se ficar olhando a política fiscal do governo, o orçamento da prefeitura, do Estado. Sempre haverá prioridade mais importante que os pobres, sempre haverá alguém fazendo pressão que você não consegue fazer", afirmou.
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"É um compromisso meu, faltando 15 dias para assumir a Presidência, que vamos dar uma vida decente àquele morador de rua que vive abandonado nas ruas de São Paulo", completou.
Segundo Lula, todos os entes Executivos têm responsabilidade em cuidar dos pobres, inclusive a Presidência da República. "Vamos tentar criar condições para que vocês sejam respeitados na profissão."
O presidente eleito disse que irá buscar uma "solução definitiva" para os moradores de rua e prometeu fazer "o que estiver ao nosso alcance: mudar decreto que tiver que mudar, fazer lei que tiver que fazer, para dar a catadores a cidadania que merecem".
Lula disse que conversaria com o padre Júlio Lancellotti, presente no evento, para entender a situação dos moradores de rua e prometeu trazer "o governo inteiro" para conhecer a Cracolândia da capital paulista.
"Preparem boa pauta de reivindicação para fazermos um estudo profundo das condições de vida de cada homem, de cada mulher", disse ele, referindo-se à intenção de providenciar moradia à categoria.
Lula se comprometeu, ainda, a ir até à população. "Catadores e tantos milhões de brasileiros não têm como chegar a prefeito, governador ou presidente. Não serão vocês que terão de ir ao presidente, sou eu que tenho de vir até vocês", garantiu. "Vamos conversar e encontrar uma solução definitiva para a população de rua do Brasil", finalizou.
A equipe de transição sugeriu uma busca ativa para potenciais beneficiários do Auxílio Brasil, ou seja, os agentes do governo, na esfera municipal, iriam "caçar" pessoas em vulnerabilidade social aptas a receber os R$ 600, mas que não sabem que tem direito.