Nelsinho Trad, líder do PSD no Senado
Waldemir Barreto/Agência Senado
Nelsinho Trad, líder do PSD no Senado

O líder do PSD no Senado, Nelsinho Trad (MS), diz que a PEC de Transição , que libera gastos fora da regra do teto, é vista com "sinal amarelo" no Senado e que há, sim, risco dela não prosperar. 

“Para arrumar os caras para vir aqui e votar as autoridades [indicações para agências e tribunais, na semana anterior], você não tem noção do que foi. Dá para votar a PEC remotamente, então esse alerta não fica tão no amarelo forte, fica no amarelo fraco, mas é amarelo”, declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada neste domingo (4).

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Trad alerta que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa manter a Casa mobilizada, pois garantir quórum mínimo perto do recesso é um desafio. 

“Em uma época pré-recesso, botar 49 senadores para votar tem que ter mobilização, não dá para deixar frouxo porque corre o risco de não ter. Esse é um alerta que o líder do PSD quer deixar”.

Ele garantiu, porém, que a bancada do seu partido votará favorável à PEC, desde que a flexibilização dos gastos seja por dois anos. 

Para resguardar a preocupação com a economia, o convencimento de flexibilizar os gastos por 2 anos prevaleceu”, afirmou. “O governo tem que se dar por satisfeito se essa PEC for aprovada na atual legislatura. Ele vai demonstrar que teve por parte do parlamento uma tolerância, uma confiança, sem ter tomado posse”, acrescentou.

A PEC sugerida pelo PT libera R$ 198 bilhões para pagar o Bolsa Família por 4 anos, além de retomar investimentos em infraestrutura e a política de reajustes reais do salário mínimo. 

O texto foi protocolado no início desta semana e deve passar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para que avance ao plenário. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu votar a matéria "com urgência". 

Trad também disse que vê com preocupação o aumento no número de ministérios. Caso as promessas se cumpram, Lula deve criar 14 novas pastas. 

“Uma coisa que me preocupa é a criação de vários ministérios. Isso aumenta a carga da máquina pública e dificulta o próprio andamento dos investimentos. É algo que precisa ser revisto, nem que tenha um desgaste inicial. A montagem de um time nunca agrada a todos. Para o presidente Lula, eu digo: aproveite que a melhor época para quem foi eleito é do resultado até tomar posse.” 


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