Desde o 2º turno das eleições presidenciais, as ações preferenciais da Petrobras recuaram 25,5% e as ordinárias 21,4%, representando R$ 103,6 bilhões a menos em valor de mercado para a companhia, que viu seu preço na Bolsa de Valores cair de R$ 448,7 bilhões para 345,1 bilhões até o fechamento desta quinta-feira (24).
Ontem, as ações ordinárias subiram 3,9%, mostrando leve recuperação, enquanto as preferenciais aumentaram 0,1%. O levantamento foi feito pelo Poder360 e confirmado pelo iG .
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Um dos cotados para a presidência da Petrobras ou para o Ministério de Minas e Energia, o senador Jean Paul Prates, membro da equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta (24) que o próximo governo não deve ser "intervencionista" na estatal, mas ressaltou que a política de preço dos derivados do petróleo será do governo, e não mais da empresa.
Prates deve se reunir com os atuais presidentes da estatal nesta sexta (25) para discutir a transição na companhia. Segundo ele, Lula deve escolher ainda neste ano o próximo presidente da estatal.
Na terça, em uma primeira reunião com integrantes do Ministério de Minas e Energia, Prates pediu para que fossem suspensas todas as vendas de ativos da empresa, para que o atual governo não esvaziasse o caixa da estatal para 2023.
Isso fez com que o banco UBS rebaixasse a recomendação da Petrobras e reduzisse o preço-alvo das ações preferenciais de R$ 47 para R$ 22.
Vale lembrar que a perda de valor de mercado não representa, na prática, perda de dinheiro, já que a companhia pode recuperar o preço das ações. O montante, no entanto, seria suficiente para bancar 52,3% do furo no teto de gastos proposto pelo governo de transição, de R$ 198 bilhões, para custear o Bolsa Família de R$ 600 e cumprir outras promessas de campanha.
Na 5ª feira (24), Prates afirmou em suas redes sociais que “o debate sobre as oscilações nos valores das ações da Petrobras está sendo conduzido de forma leviana, o que conduz a uma compreensão enviesada da realidade e que dá espaço a interpretações, muitas vezes, mentirosas”.
Ele também criticou os acionistas que veem a empresa como uma "vaca-leiteira de dividendos". Em 2022, a empresa pagou R$ 217 bilhões em dividendos, três vezes mais do que o dividendo pago pela em 2021.
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou neste mês a distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos para os acionistas.