Lula e o senador Jean Paul Prates
Ricardo Stuckert
Lula e o senador Jean Paul Prates

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), escalado pelo partido para negociar a transição na área de energia disse nesta terça-feira (22) que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definirá ainda em dezembro o novo presidente da Petrobras. 

O senador disse à agência Reuters que enviou ao presidente eleito um documento reafirmando a importância de definir o nome antes mesmo de assumir seu mandato. 

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"Ele (Lula) está ciente, lá do Egito ele marcou de conversar comigo. Era para ter sido ontem, mas ele adiou por causa da cirurgia, então deve ser amanhã (quarta-feira)", disse.

"Tem até início de dezembro para fazer da forma regular. Acredito que ele vá tomar uma decisão até lá. Se não, tem outras formas, alternativas, de fazer a mudança", completou.

O ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Maurício Tolmasquim, também integrante da equipe de transição na área de energia, afirmou que pediu ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, para interromper a venda de ativos da Petrobras até que o novo governo assuma. 

Sachsida, no entanto, disse no Twitter que apenas faz a mediação entre a equipe de transição e o comando da empresa.

"Meus caros, eu NÃO interfiro em pessoas jurídicas de direito privado.
Respeito todas as opiniões, mas no que se refere à PETROBRAS, o MÁXIMO que faço é agendar reunião da equipe de transição com o comando da empresa. NADA além disso", publicou. 

Tolmasquim disse ainda que não discutiu no encontro a política de preços de combustíveis da Petrobras, baseado no preço de paridade de importação. 

Política de preços da Petrobras

O senador eleito Wellington Dias (PT-PI), responsável pelas negociações orçamentárias na equipe de transição, disse que a nova gestão da empresa pode rever a política de paridade com o preço internacional, adotada pela Petrobras em 2016. 

O senador disse que a ideia é considerar as variações do petróleo no mercado externo, do dólar, do preço médio de refino no Brasil e também no exterior.

"O preço do combustível no posto de gasolina vai considerar o preço médio do refino no Brasil e também no exterior. Hoje, somente prevê o valor no exterior", explicou o senador.

Jean Paul Prates confirmou a intenção de mudar a atual política de paridade de preços da estatal.

"Não é a Petrobras que baixa a política de preço de combustíveis no Brasil", afirmou. "É uma questão de política setorial, de governo", completou.

Durante as eleições, Lula defendeu "abrasileirar" o preço dos combustíveis.

Imposto zero

Wellington Dias (PT-PI) foi questionado nesta terça (22) sobre a possibilidade de manutenção do PIS/Cofins zerado sobre gasolina e óleo diesel, mas afirmou que a definição será tomada por Lula no próximo ano. 

"Lula somente pode tratar após a posse! Estamos considerando isso na decisão a ser tomada em 2023", informou.

A Proposta de Lei Orçamentária Anual enviada pelo atual governo prevê a manutenção da desoneração do PIS/Cofins e Cide sobre gasolina, etanol e gás veicular e de PIS/Cofins sobre diesel, gás de cozinha e querosene de aviação.

A medida tem impacto de R$ 52,9 bilhões. Para que seja mantida, será necessária a apresentação de outra medida provisória por parte do governo federal, já que a atual deve vencer antes do outro mandato. 


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