O ministro da Economia, Paulo Guedes, cometeu um deslize nesta quinta-feira (27) e falou que o governo federal rouba. Ao comparar as gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual mandatário Jair Bolsonaro (PL), Guedes disse que "nós roubamos menos". Em seguida, ele se corrigiu.
A fala foi feita durante coletiva de imprensa na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Guedes foi questionado sobre a promessa de Bolsonaro de isentar do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) quem recebe até R$ 6 mil , contra os R$ 5 mil prometidos por Lula.
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"Eu, se fosse o Bolsonaro, diria: tudo o que o Lula fizer, eu faço mais. Por quê? Porque nós roubamos menos", respondeu Guedes. Rapidamente, ele se corrigiu: "Nós não roubamos".
"Quem rouba não consegue pagar muito. Então, o que acontece? Se você pagar um salário mínimo de R$ 1.200, eu pago R$ 1.400. Se ele paga R$ 1.400, eu pago R$ 1.500. Se o Bolsa Família for de R$ 6 mil, eu pago R$ 7. Se você dá uma isenção, vira uma disputa política de ver quem chuta mais alto", continuou o ministro.
Já em sua campanha à Presidência em 2018, Bolsonaro prometia reajustar a tabela do IRPF, isentando mais pessoas do imposto. Durante seus quatro anos de governo, porém, a promessa não foi cumprida.
Guedes promete reajuste de 2% a servidores
No mesmo evento, Guedes ainda comentou a polêmica do salário mínimo e voltou a prometer reajustes. Na última semana, r eportagem da Folha de S. Paulo revelou que o Ministério da Economia estudava mudar a forma de reajustar o salário mínimo e os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que cresceriam abaixo da inflação.
Guedes, que já negou o estudo diversas vezes, voltou a falar do assunto. "Vamos dar aumentos reais de salários, tanto os salários mínimos, quanto os aposentados e o funcionalismo", prometeu.
Segundo o minsitro, o reajuste dos servidores públicos será de 2% acima da inflação. "Nós tínhamos previsto uma inflação que podia ser de até 7,5%. Mandamos [o projeto de lei orçamentária] com uma folga para o orçamento de 2023. Se a inflação for de 5,5%, você pode dar 2% de aumento real. A verba, inclusive, já está lá, preparada", afirmou Guedes. "Pode ser até um pouco mais, um pouco menos. É uma decisão política. O governo é que decide", completou.
Desde o início do governo de Bolsonaro, o salário mínimo não teve aumento real . Mesmo em 2020, antes da pandemia de Covid-19 que afetou a economia, o governo optou por cortar o aumento real que vinha sendo dado nos governos anteriores, e corrigiu o salário apenas pela inflação.