Variação negativa é a terceira consecutiva registrada pelo índice, com destaque para o grupo de medicamentos do sistema nervoso (-8,78%)
Fernanda Capelli
Variação negativa é a terceira consecutiva registrada pelo índice, com destaque para o grupo de medicamentos do sistema nervoso (-8,78%)

Os preços dos  medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram queda de 2,48% em setembro deste ano, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fipe em parceria com a Bionexo - healthtech líder em soluções digitais para gestão em saúde. A variação mensal do índice foi inferior aos resultados mensais do IPCA/IBGE (-0,29%) e do IGP-M/FGV (-0,95%), em contraste com a taxa média de câmbio, que apresentou elevação (+1,82%).

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"Em nossa visão, o comportamento observado dos preços dos medicamentos no último mês continuou ancorado, em larga medida, ao padrão sazonal do índice no terceiro trimestre. Nesse sentido, a queda apurada de 2,48% no IPM-H pode ser majoritariamente explicada por aspectos estruturais próprios à oferta e demanda desse mercado, cuja regularidade tem sido observada desde o início das séries históricas calculadas pela Fipe. Por outro lado, quando analisamos os resultados desagregados do índice, principalmente no horizonte de 12 meses, as divergências identificadas entre as variações de preço de certos grupos de medicamentos parecem ainda refletir, mesmo que residualmente, a transição ou superação das condições de mercado tipificadas pela pandemia", analisa Bruno Oliva, economista da Fipe.

 Em setembro, entre os grupos terapêuticos analisados, apenas relacionados a medicamentos, houve um discreto aumento dos atuantes no aparelho geniturinário (+0,10%). Os demais grupos apresentaram queda de preços: sistema nervoso (-8,78%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-4,29%) preparados hormonais (-2,52%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (-2,47%)’; anti-infecciosos gerais (-1,21%); aparelho cardiovascular (-1,15%); sistema musculoesquelético (-0,98%); aparelho respiratório (-0,93%); aparelho digestivo e metabolismo (-0,85%); órgãos sensitivos (-0,60%) e agentes antineoplásicos (-0,45%).

No acumulado de 2022, considerando os resultados até setembro, o IPM-H apresenta uma alta de 0,72%, resultado inferior à inflação ao consumidor acumulada pelo IPCA/IBGE (+4,09%), bem como ao comportamento dos preços medido pelo IGP-M/FGV (+6,61%).

Em termos ilustrativos, a elevação, mesmo que discreta, registrada em setembro de 2022 (+0,72%), representa um comportamento muito próximo ao padrão sazonal identificado no início da série histórica, em 2014.

Comportamento anual do IPM-H

Analisando o recorte dos últimos 12 meses, considerando o estágio mais moderado da pandemia e as diferentes variações de preços dos grupos que compõem a cesta do índice, é possível que o resultado seja um resquício do balanceamento entre a oferta e a demanda por certos medicamentos, como por exemplo, o declínio dos preços nos grupos: anti-infecciosos gerais, aparelho digestivo e sistema musculoesquelético.



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