Endividamento atinge novo recorde em setembro, mas perde fôlego
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Endividamento atinge novo recorde em setembro, mas perde fôlego

Quase oito em cada dez (79,3%) famílias  estava endividada no mês de setembro, mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O levantamento, no entanto, aponta que o índice, apesar de recorde, cresceu em nível menos acelerado que em outros meses, apenas 0,3 p.p., em relação a agosto. Na comparação com setembro do ano passado, a proporção de endividados subiu 5,3 p.p.

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“É possível verificar que a melhora gradual do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a queda da inflação nos últimos dois meses são fatores que geram maior disponibilidade de renda para as famílias. Por outro lado, podemos observar que o alto nível de endividamento e os juros elevados afetam, sobremaneira, o orçamento das famílias de menor renda, ao encarecerem as dívidas já contraídas”, observa o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Entre quem recebe menos de dez salário mínimos, a taxa superou 80% pela primeira vez (80,3%), o maior patamar da série histórica da Peic.

A inadimplência também subiu. O volume de consumidores que atrasaram o pagamento de dívidas atingiu 30%, o maior desde o início da Peic, e 4,5% maior quando comparado ao mesmo mês de 2021. 

“Embora os atrasos tenham crescido no mês e no ano entre os consumidores nas duas faixas de renda, as dificuldades de pagamento de todos os compromissos do mês são mais latentes entre as famílias de menor renda”, analisa a economista da CNC responsável pela apuração, Izis Ferreira. Segundo ela, esses consumidores seguem enfrentando desafios na gestão de seus orçamentos mensais, especialmente porque o nível de endividamento está elevado e os juros maiores pioram as despesas com as dívidas. As taxas de juros nas linhas de crédito para pessoas físicas cresceram 13,5 p.p. em um ano, de acordo com os dados do Banco Central, chegando à média de 53,9%, a maior taxa desde abril de 2018.

A maioria (85,6%) dos endividados relata ter atrasos no cartão de crédito. Em seguida, vêm as dívidas nos carnês de loja, que representam 19,4% e aumentaram 0,6 p.p. no ano, e as no cheque especial, que são 5,2% e tiveram crescimento de 0,6 p.p.

No varejo, o perfil dos endividados mostra uma divisão clara: mulheres endividadas em cartão de crédito e homens, em carnês de loja. 

As mulheres são as mais endividadas no cartão de crédito e no cheque especial, atualmente. Nas demais modalidades de dívida, como carnês de loja, crédito pessoal, financiamento de carro e casa ou crédito consignado, por exemplo, o público masculino é mais numeroso, superando o feminino.



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