A equipe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já trabalha para dar uma ‘cartada final’ e tentar desbancar a crescente campanha de Jair Bolsonaro (PL). A principal aposta da equipe econômica é investir em projetos para reajustar o salário-mínimo já em 2023 .
Os membros mais próximos do petista admitem usar o PIB e a inflação para oferecer um aumento real no salário-mínimo, o que não foi oferecido nos quatro anos de governo Bolsonaro. A ideia é somar o PIB dos últimos cinco anos e a inflação do ano anterior para estipular o salário-mínimo.
Se considerarmos o PIB entre 2017 e 2021, além da inflação atual no país, em 6,50%, o salário-mínimo de 2023 seria de R$ 1.305. O valor é R$ 13 a mais que o salário proposto pelo Orçamento para o próximo ano, em média R$ 1.292.
Entre 2020 e 2022, o governo federal não oferece aumento real aos brasileiros. A última vez que o aumento foi registrado foi no Orçamento de 2019, feito pelo então presidente Michel Temer (MDB).
Nas últimas Leis Orçamentárias Anuais (LOA’s), o Palácio do Planalto informou que o inchaço nas contas públicas impossibilitava o reajuste dos servidores. Para 2023, há possibilidade de reajuste, segundo o Ministério da Economia, mas a classe da segurança pública deve ser favorecida primeiro.
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Disputa econômica
Lula tem sido pressionado a divulgar suas ideias econômicas para equilibrar a disputa com o presidente Jair Bolsonaro. A equipe do petista admitiu a possibilidade de acenar mais ao centro e evitar a perda de votos no segundo turno.
Nesta quarta-feira (5), Lula recebeu apoio de Simone Tebet e alguns correlegionários do MDB e PSDB. Na visão de aliados, os apoios sinalizam a ida do petista mais ao centro, o que agrada o mercado financeiro e deverá facilitar as negociações em um eventual governo.
Analistas e membros da equipe de campanha do ex-presidente ainda aguardam uma definição para a equipe econômica caso o petista seja eleito. Mercado financeiro e alguns membros do MDB e PSDB aguardam pelo nome de Henrique Meirelles para a pasta. O impasse fica pela regra do teto de gastos, criado por Meirelles, que deve ser alterado por Lula. Além do ex-ministro, Pérsio Arida e Aloizio Mercadante também são cotados para a vaga.