O Banco Central Europeu (BCE) promoveu nesta quinta-feira (8) a segunda elevação consecutiva na taxa de juros do bloco, elevando-a em 0,75 ponto percentual. Este é o maior salto desde 1999, quando o euro foi lançado.
Para conter a inflação que chega a 9% na zona do euro em 12 meses, em julho, o banco já havia subido as taxas em 0,50 ponto percentual, primeira elevação em 11 anos.
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Com isso, a taxa de depósito de referência do banco sai de zero para 0,75%, o nível mais alto desde 2011.
A meta para inflação do BCE é 2%, mas a expectativa é que a alta nos preços feche o ano perto da casa dos 8%. Em 2023 a expectativa é de recuo para 5,5% e 2,3% em 2024.
Além disso, a taxa de desemprego está em patamar baixo, na casa dos 6,6%, o que intensifica o processo inflacionário.
As taxas devem subir ainda mais, aponta ata do BCE:
"O aumento dos preços da energia e dos alimentos, as pressões de demanda em alguns setores devido à reabertura da economia e os gargalos de oferta ainda estão elevando a inflação. As pressões sobre os preços continuaram a se fortalecer e se ampliar em toda a economia e a inflação pode aumentar ainda mais no curto prazo".
Parte da inflação está relacionada à decisão russa de cortar fornecimento de gás por meio do gasoduto Nord Stream 1 até que as sanções impostas ao país pela invasão da Ucrânia fossem retiradas, o que acarretou em elevação no preço da energia.
O euro, que já vinha se desvalorizando contra o dólar no ano, chegou a ser cotado abaixo dos US$ 0,99 nos últimos pregões pela primeira vez desde 2002.