Empresas nacionais tiram R$ 10 bilhões da Bolsa de Valores

Febre de IPOs deu lugar a movimentos contrários, com empresas adquirindo seus próprios papéis em meio a alta de juros e instabilidade em ano eleitoral

Mercado reage a alta de juros e ao cenário político brasileiro
Foto: Luciano Rocha
Mercado reage a alta de juros e ao cenário político brasileiro

A febre de IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), que movimentou a Bolsa brasileira nos últimos anos e bateu recorde em 2020, deu lugar para um movimento inverso agora. Com a alta dos juros e as incertezas na economia neste ano eleitoral, várias empresas brasileiras estão recomprando suas próprias ações, ou seja, tirando parte de seus papéis da listagem em Bolsa.

Só no primeiro semestre deste ano, foram abertos 33 programas de recompra de ações. No ano passado, foram 59. Estimativa da gestora Kínitro Capital mostra que, nos últimos 15 meses, cerca de R$ 10 bilhões em ações foram retirados da Bolsa nesses programas de recompra.

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Analistas afirmam que as empresas aproveitam a queda da Bolsa para recomprar "na xepa" ações que ficaram baratas e, assim, sinalizar aos investidores que suas empresas são sólidas.

E, também, que ao usar o caixa disponível para recomprar ações, em vez de investir em novos projetos, dão um sinal de que o setor produtivo está "em compasso de espera" diante das incertezas neste ano eleitoral.