Promotores dos Estados Unidos decidiram nesta segunda-feira (18) que a Uber terá de pagar indenizações a dezenas de milhares de passageiros com deficiência para os quais foi cobrada uma taxa extra a cada viagem pelo aplicativo. O caso, movido pelo Departamento de Justiça americano, focou em usuários com deficiência que teriam sido obrigados a pagar multas por atraso porque precisavam de mais tempo para entrar nos veículos.
Com o acordo, a empresa terá de fornecer créditos a mais de 65 mil passageiros, no valor de duas vezes o valor das taxas de espera cobradas deles. O valor total da indenização pode custar milhões de dólares à Uber.
A empresa de compartilhamento de caronas também concordou em pagar mais de US$ 1,7 milhão (R$ 9,2 milhões) aos passageiros que reclamaram das taxas e US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões) a outros afetados.
"As pessoas com deficiência não devem se sentir como cidadãos de segunda classe ou punidas por sua deficiência, que é exatamente o que a política de tarifa de tempo de espera do Uber fez", disse a procuradora-geral assistente Kristen Clarke.
O aplicativo cobra uma taxa extra se um motorista tiver que esperar mais de dois minutos para pegar qualquer passageiro. O Departamento de Justiça disse, no entanto, que aplicar essas taxas a usuários com deficiência equivale a discriminação ilegal.
A empresa, que se disse "satisfeita" com o acordo, informou que "antes de este assunto ser abordado, introduzimos alterações para que qualquer passageiro que reporte ser portador de deficiência fique automaticamente isento de taxas de tempo de espera"
A Uber também garantirá que os reembolsos estejam prontamente disponíveis caso tais taxas sejam cobradas erroneamente.