Dos 70 planos de saúde que tiveram a comercialização suspensa nesta segunda-feira pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 42 são da Amil e 12 da Unimed-Rio. As duas operados estão no topo da lista de oito empresas do setor que tiveram contatos com a venda interrompida devido a reclamações relacionadas a cobertura assistencial no primeiro trimestre deste ano.
De janeiro a março, a ANS analisou 37.512 queixas assistenciais contra os planos de saúde. A proibição da venda começa a valer no dia 30 deste mês.
Ao todo, os 70 planos que tiveram a venda suspensa somam 1.453.044 beneficiários. Os usuários desses planos não terão o seu atendimento afetado. Pelo contrário, o objetivo da ANS com a interrupção da venda é protegê-los. As operadoras só podem voltar a comercializar esses contratos caso apresentem melhora dos dados assistenciais.
Além das suspensões, a ANS também divulga a lista de planos que poderão voltar a ser comercializados. Nesse ciclo, quatro planos de três operadoras terão a venda liberada.
Veja a lista completa de planos suspensos e que retomaram a venda clicando nesse link .
A medida faz parte do monitoramento da garantia de atendimento feito pela agência reguladora, que acompanha regularmente o desempenho do setor e atua na proteção dos consumidores.
Procurada, a Amil afirma que a suspensão temporária "de alguns de seus produtos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi impactada pelo aumento de notificações decorrente da reorganização de prestadores de medicina diagnóstica, extensiva a grande parte de seus clientes individuais e empresarias, ocorrida no último trimestre do ano de 2021. Embora as substituições tenham ocorrido integralmente dentro dos parâmetros da agência, a mudança demandou um período de estabilização no uso de serviços por parte dos beneficiários, impactando as notificações."
Outro fator relevante, segundo a operadora, foi a transferência de sua carteira de planos individuais e familiares para a operadora APS, efetivada no início de 2022. Essa transferência foi suspensa em 4 de abril e rejeitada em definitivo no dia 2 de maio, quando a Amil reassumiu a referida carteira. O processo gerou ruídos e dúvidas para os beneficiários, refletidos no aumento das notificações do período.
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A Amil destaca ainda que "já implantou iniciativas para melhorar a experiência de seus beneficiários e que todas as notificações foram devidamente tratadas pela empresa, em acordo com o plano de ação a partir do qual instituiu célula de acolhimento para casos que se referem à rede credenciada; novo fluxo para busca de rede, agendamento e direcionamento nas centrais de atendimento; expansão da coleta domiciliar gratuita; entre outras iniciativas cujo objetivo foi tranquilizar seus beneficiários. "
De acordo com a regulação, a suspensão é de caráter temporário e é reavaliada pela agência em ciclos trimestrais. O atendimento aos clientes atuais vinculados a esses produtos continua totalmente assegurado, bem como a comercialização de demais produtos não suspensos já oferecidos pela empresa. A Amil reitera seu compromisso com a melhoria contínua da experiência de seus beneficiários, assegura que as ações tomadas e novas em andamento serão refletidas no monitoramento do trimestre em curso e segue à disposição por meio de seus canais de atendimento.
Já a Unimed-Rio destaca que a suspensão de produtos não traz qualquer impacto para o atendimento aos clientes e afirma que há iniciativas em andamento para normalizar os pontos que geraram aumento de reclamações de clientes. Segundo a operadora, além dos impactos da pandemia, o resultado da cooperativa no monitoramento da ANS tem os efeitos operacionais causados por um incidente tecnológico que afetou a prestação de serviços da empresa.