Bolsonaro declara 'guerra à Petrobras' e promete abrir CPI na segunda
Presidente também criticou os lucros da empresa
O presidente Jair Bolsonaro participou neste sábado (18) de um culto em Manaus e declarou "guerra à Petrobras". O chefe do Executivo prometeu que o Congresso Nacional irá aprovar uma CPI para investigar a empresa na segunda-feira (20) por sucessivos reajustes no preço dos combustíveis.
"Todo munto aqui tá sentindo o peso da inflação. Combustíveis, já estão sabendo da guerra que estamos 'traçando'. Conversei ontem com o líder do governo e com o presidente da Câmara para a gente abrir uma CPI segunda-feira (20), vamos pra dentro da Petrobras", declarou.
"Já conversei com parlamentares e teremos o apoio", adiconou o presidente.
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) um novo reajuste nos preços dos combustíveis. A partir de hoje a gasolina sobe nas refinarias de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%. Com o diesel, o preço por litro terá alta de R$ 4,91 para R$ 5,61, o que equivale a um reajuste 14,26%.
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A União, como acionista majoritária, escolhe 6 dos 11 conselheiros da empresa, que votam por manter a política de preços. Além disso, o governo é o principal beneficiário dos lucros da empresa, já que recebe a maior parte dos dividendos.
Mesmo assim, Bolsonaro voltou a classificar como "inadmissíveis" os lucros da estatal.
"Nas leis das estatais está definido o papel social. Ninguém quer interferir nos preços, mas esse lucro abusivo a sua diretoria e seu presidente poderiam resolver", criticou.
Ontem, as ações da Petrobras caíram 6% na Bolsa de Valores, perdendo R$ 28 bilhões em valor de mercado. Os investidores se assustaram com a reação política após o reajuste, com promessas de CPI e cobrança pelo fim do PPI (Preço em Paridade de Importação), promovida por caminhoneiros e políticos de esquerda.
Bolsonaro disse que na segunda-feira, quando for instalada a comissão, a empresa "vai perder outros R$ 30 bilhões"