A companhia aérea Latam anunciou que assinou uma série de cartas de compromisso de financiamento que, segundo a companhia aérea, asseguram o montante necessário para a sua saída da recuperação judicial nos Estados Unidos (o chamado Capítulo 11). Por meio dos acordos, que ainda precisam do aval da Justiça americana, a linha aérea vai fazer uma nova emissão de dívida de US$ 2,25 bilhões e terá uma linha de crédito de US$ 500 milhões.
A companhia teve prejuízo de US$ 4,65 bilhões no ano passado, 2% a mais do que o registrado em 2020.
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As cartas de compromisso referentes aos US$ 2,25 bilhões e à linha de crédito de US$ 500 milhões foram assinadas pelo grupo Latam com os bancos JPMorgan Chase, National Association, Goldman Sachs, Barclays, Natixis, New York Branch, BNP Paribas e BNP Paribas Securities Corp, de acordo com o comunicado da empresa aérea.
Esse financiamento será concedido como um novo empréstimo DIP (debtor-in-possession), que dá ao credor prioridade absoluta no recebimento dos créditos. Diferentemente do financiamento DIP atualmente vigente da Latam, que tem os acionistas da aérea como principais financiadores, o atual permanecerá vigente após a saída da Latam do processo de recuperação judicial.
"O financiamento de saída será automaticamente convertido em financiamento a prazo na data de saída do processo de Capítulo 11", disse a Latam em nota. A aérea afirma que o financiamento de saída terá US$ 500 milhões em crédito rotativo e mais três empréstimos de US$ 750 milhões, os dois últimos com emissão de cinco e sete anos.
Em nota, o presidente do grupo Latam, Roberto Alvo, afirma que o recurso “assegura a totalidade do financiamento necessário para completar nosso plano de reestruturação" da companhia com a "flexibilidade que permite otimizar as condições de mercado existentes".
Os US$ 2,25 bilhões levantados agora chegam após um capital de US$ 5,4 bilhões de crédito que a Latam já havia conseguido em janeiro de 2022.
O financiamento de saída contempla ainda mais um empréstimo DIP (debtor in possession), chamado pela companhia de DIP Junior, de US$ 1,172 bilhão, que deve ser concedido ainda enquanto a Latam está no processo de Capítulo 11 e que precisa ser totalmente pago pela Latam antes de sua saída da recuperação judicial.
A Latam quer usar esse dinheiro para quitar o primeiro DIP que recebeu no início do ano. À época, a Latam previa um aumento de capital de US$ 5,4 bilhões.
A prioridade desse DIP Junior será menor que a do financiamento de saída. Esse aporte será feito pela aérea Delta Air Lines, hoje acionista da Latam, e os credores Lozuy S.A., Costa Verde Aeronáutica S.A., QA Investments Limited, além de outros credores atuais da Latam representados pela Evercore.