Dois dias após o governo anunciar um pacote para tentar reduzir o preço dos combustíveis, a Petrobras divulgou um comunicado em que defende sua política de preços alinhada com o mercado internacional. Isso, destacou a estatal, é “necessário para a garantia do abastecimento doméstico”.
Desde janeiro, a Petrobras já elevou os preços do diesel nas refinarias em 47%. Na gasolina, o avanço chegou a quase 25%. Nos postos, os preços dos combustíveis atingiram a máxima histórica. Em alguns locais, o valor do litro da gasolina, por exemplo, chegou a R$ 7,99, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
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Ao citar leis que garantem ao Brasil o regime de liberdade de preços em todos os segmentos do mercado de combustíveis e derivados de petróleo, a estatal diz que “cabe a cada agente econômico estabelecer suas margens de comercialização e seus preços de venda, em um cenário de livre concorrência”. Lembrou que hoje não atua no segmento de distribuição e revenda, já que se desfez de suas atividades na BR Distribuidora (Vibra).
“Preços alinhados ao valor de mercado estimulam a produção e a concorrência no presente, assim como fomentam os investimentos que contribuirão para a expansão do volume produzido”, disse a companhia.
A estatal afirmou ainda que “preços abaixo do mercado inviabilizam economicamente as importações necessárias para complemento da oferta nacional”. Citou que “exemplos recentes de desalinhamento aos preços de mercado já se traduzem em problemas de abastecimento em países vizinhos ao Brasil”.
A Petrobras diz que, diante do cenário de escassez global, o abastecimento nacional requer uma atenção especial. “Como o país é estruturalmente deficitário em óleo diesel, tendo importado quase 30% da demanda total em 2021, poderá haver maior impacto nos preços e no suprimento”, disse a empresa.
A companhia diz que, com preços abaixo do mercado, “não há estímulo para o atendimento ao mercado brasileiro pelos diversos agentes do setor”.
A companhia lembrou que “esse quadro se acentua dado que o consumo nacional de diesel é historicamente mais alto no segundo semestre devido às sazonalidades das atividades agrícola e industrial”.
A estatal esclareceu novamente que “adota uma dinâmica que propicia um equilíbrio com o mercado, mas evitando o repasse imediato da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio ocasionadas por questões conjunturais para os preços domésticos”.