Após Lula prometer revogação do teto de gastos, Bolsonaro admite mexer 'uma coisa ou outra' em 2º mandato
Ivonete Dainese
Após Lula prometer revogação do teto de gastos, Bolsonaro admite mexer 'uma coisa ou outra' em 2º mandato

Um dia após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometer revogar o teto de gastos caso seja eleito, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que é possível mexer em "uma coisa ou outra" no mecanismo, mas disse que só irá discutir isso após as eleições deste ano.

 Em entrevista ao SBT News, Bolsonaro afirmou que a própria equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, já fez propostas de alteração no teto e que uma alternativa seria retirar algumas despesas do gasto obrigatório.

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"Algumas coisas você pode mexer no teto de gastos, como já (houve) propostas da própria equipe do Paulo Guedes. Mas a gente vai deixar para discutir isso para depois das eleições. Você poderia tirar alguma coisa do gasto obrigatório. Você pode ver, nós tivemos excesso de arrecadação no ano passado em 300 bilhões de reais. Não fizemos nada com esse recurso, foi para abater dívida interna. Então uma coisa ou outra você poderia mexer."

Na segunda-feira, a campanha de Lula apresentou as diretrizes para a elaboração do programa de governo. Com 90 itens, o documento propõe, além do fim do teto de gastos, a revogação da reforma trabalhista, sem a retomada do imposto sindical. As duas medidas foram implantadas pelo governo Michel Temer (MDB).

Coordenadas pelo ex-ministro Aloizio Mercadante, as diretrizes se opõem de forma direta às privatizações da Petrobras, da Eletrobras e dos Correios, defendendo o papel das empresas estatais na promoção do desenvolvimento. Menciona ainda fazer uma reforma tributária com elevação da taxação sobre “os muito ricos” e combate à sonegação de impostos.

Considerado fiador econômico do então candidato Bolsonaro em 2018, Guedes foi escalado para elaborar as propostas da campanha. Na segunda-feira (6), em entrevista ao canal AgroMais, o presidente afirmou que o seu “Posto Ipiranga” ficará no cargo, mesmo admitindo que existem pressões para tirá-lo da pasta.

"Com toda a certeza, sim (Guedes fica no governo). Depende dele. Eu o vejo cansado de vez em quando, o que é natural. De vez em quando, alguns querem que eu troque, para resolver certos assuntos. Eu prefiro conversar com eles e, dentro daquela lealdade mútua que nós temos, mudarmos alguma coisa e prosseguir nessa luta", disse Bolsonaro.

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