Cresce o número de pessoas vítimas de golpes no saque extraordinário do FGTS. Como o resgate pode ser realizado pela internet, criminosos conseguem transferir até R$ 1 mil do dinheiro da conta do FGTS pelo aplicativo Caixa Tem, usando os dados de quem ainda não realizou o saque. Quando a vítima vai acessar a conta, percebe que está zerada.
O GLOBO procurou um especialista em segurança cibernética, Emílio Simoni, executivo-chefe de cybersegurança da PSafe, para explicar como esses golpes ocorrem, como é possível se proteger e como proceder em caso de suspeita de roubo.
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Segundo ele, os criminosos obtêm os dados das vítimas principalmente pela internet. Uma das maneiras é por ataques de pishing, quando links maliciosos, muitas vezes parecidos com links verdadeiros, como de grandes lojas ou sites conhecidos, operadoras, serviços de streaming e até sites do governo, são enviados para a vítima por meio de mensagens de SMS, e-mail ou redes sociais.
Esses links costumam ter anúncios falsos de promoções de produtos ou prêmios para que o usuário possa resgatar. Para isso, é preciso realizar um cadastro. Por isso, é importante ter bastante cuidado ao observar a URL dos sites que pedem o fornecimento de dados pessoais, como nome completo, CPF, endereço, telefone, data de nascimento, sexo, e-mail ou nome dos pais.
Outra forma de obter acesso aos dados pessoais do consumidor é quando ocorrem vazamentos de informações, como o que aconteceu no ano passado, que expôs dados de 223 milhões de brasileiros.
Existem empresas de segurança que fazem monitoramento de dados que podem informar se os dados foram vazados ou não, como o aplicativo da PSafe disponível nas lojas oficiais de apps. Contudo, não há uma maneira oficial de saber se os dados foram vazados, pois eles podem ser expostos em bases de dados secretas.
Proteja-se
Além de ficar atento a links e aplicativos, checando se são de fato oficiais antes de realizar cadastros, outra maneira de se proteger deste tipo de golpe é realizando o cadastro no aplicativo oficial da Caixa Tem, que é desenvolvido pela Caixa Econômica Federal e está disponível nas lojas da App Store e Google Play.
Para o golpe do FGTS, os criminosos usam CPF e RG do cidadão, mas com e-mail e telefone de terceiros. Realizar o cadastro com e-mail e telefone próprios faz com que você chegue antes dos criminosos. O login no app da Caixa Tem pode ser realizado mesmo se o benefício ainda não tiver sido liberado.
Caso você suspeite que tenha caído em um golpe no FGTS, faça capturas de tela (conhecidas como printscreen ou apenas prints) que vão servir de evidência para informar o roubo sofrido, mostrando o extrato e os dados que estiverem diferentes (como um endereço de e-mail ou número de telefone que não foi você quem cadastrou.
O passo seguinte é entrar em contato com a Caixa, em uma agência física ou pelo número de telefone 0800 512 667, que é um canal exclusivo para denúncias.