Relator do teto do ICMS promete acelerar tramitação

Fernando Bezerra afirma que irá entregar relatório do texto até semana que vem

Após reunião com secretários de Fazenda, relator da proposta no Senado diz que receberá de seis a oito sugestões de mudanças dos estados
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado - 25.6.19
Após reunião com secretários de Fazenda, relator da proposta no Senado diz que receberá de seis a oito sugestões de mudanças dos estados

O relator da proposta que pretende impor um teto ao ICMS, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), prometeu que deve apresentar um relatório sobre o projeto já na próxima semana. A declaração foi dada pelo parlamentar após a reunião com os secretários de Fazendo dos estados, nesta terça-feira (31). Bezerra disse também que quer votar o quanto antes a matéria, que já foi aprovada na Câmara.

O texto aprovado na outra Casa limita o ICMS a 17% para energia, combustíveis, telecomunicações e transporte coletivo. Esse percentual chega a ser metade do que é cobrado em alguns estados. O projeto é defendido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Seu par no Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que levará a proposta para ser votada direto no plenário.

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"A matéria será votada e será votada o quanto antes. Nosso esforço é para estarmos com relatório pronto já a partir da próxima semana", afirmou Bezerra.

De acordo com o relator, os secretários de Fazenda vão encaminhar um documento com sugestões de mudanças dos estados para o projeto até a tarde de quarta-feira. São entre seis a oito pontos questionados pelos secretários, conforme afirmou Bezerra.

O senador citou, entre as preocupações, a sustentabilidade da receita dos estados diante da fixação de uma alíquota única do ICMS, o respeito à lei de responsabilidade fiscal e o financiamento dos fundos sociais do combate à pobreza.

"A preocupação primordial dos secretários é a sustentabilidade da receita dos estados brasileiros face a diversos compromissos. Inclusive preocupações com o respeito à lei de responsabilidade fiscal. Esse é um ano eleitoral. Havendo redução de receita, eles estão obrigados pela Lei de Responsabilidade Fiscal de não gastar nada além da disponibilidade orçamentária. Isso poderá implicar em, muito provavelmente, prejuízos para o cumprimento da lei", afirmou Bezerra, que completou:

"Falaram também sobre o financiamento dos fundos sociais do combate à pobreza. Todos eles são irrigados a partir dessa taxação adicional sobre esses três setores específicos."

Uma das mudanças já proposta pelos secretários foi a alteração do gatilho que poderá ser acionado pelo estado para abater as dívidas dos entes com a União. De acordo com Bezerra, os secretários pediram para que o gatilho não seja em cima da perda de arrecadação, mas sim sobre os três itens que serão taxados: combustíveis, energia e telecomunicações.

"Eles acham que da forma que está proposto o gatilho nunca será acionado. Porque nós temos uma inflação ascendente, as receitas públicas tendem a se beneficiar com a inflação, então é muito pouco provável que, mesmo com a redução de alíquota, você possa ter reduções na receita pública dos Estados superior a 5%. Eles fazem uma reflexão de que a redução de receita tem que ser aferida em relação aos três itens que estão sendo taxados", explicou Bezerra.

O senador disse ainda que embora vá analisar o projeto aprovado na Câmara, acredita que é possível fazer "aprimoramentos" no texto:

"Nós vamos prestigiar as decisões que foram feitas pela Câmara dos Deputados, mas entendemos que é possível fazer aprimoramentos.

Bezerra terá uma nova reunião com os secretários de Fazenda dos estados na tarde da próxima quinta-feira (2).