O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que vai endurecer a relação de bancos com contas laranjas e membros ligados ao golpe do Pix. Segundo Campos Neto, o BC estuda responsabilizar bancos que hospedam contas de terceiros relacionados a golpes.
Em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (1°), o presidente do BC reafirmou que a modalidade não tem culpa do aumento de golpes registrados no país.
"A gente está apertando o máximo possível para que os bancos não tenham capacidade de ser hospedeiros de conta laranja ou conta intermediária. Inclusive a gente vai começar a fazer um processo em que os bancos serão responsabilizados se for feita uma fraude de Pix e eles tiverem uma conta laranja", afirmou.
"A gente gerou o máximo de flexibilidade possível. Mesmo assim, as fraudes continuam ocorrendo. É importante entender que, quando uma fraude é cometida no Pix, precisa ter uma fonte receptora", disse Campos Neto.
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Contas laranjas são abertas por criminosos para aplicar golpes digitais e dificultar o trabalho de investigação da polícia. Os suspeitos usam dados das vítimas para abrir contas em bancos digitais, recebem os depósitos e depois transferem para as contas originais.
Ao ser questionado sobre o aumento de golpes com a modalidade de pagamento, Campos Neto voltou a defender as tentativas do Banco Central para endurecer as regras de transferência. Em 2021, o BC limitou os valores em transações entre 20h e 6h, além de liberar o consumidor a escolha dos limites para o período diurno.
"Você pode cancelar o seu limite, fazer com que só você possa fazer [a transferência] com quem já esteja pré-cadastrado, pode calibrar por horário. A gente está fazendo de tudo, porque quem mais conhece sua forma de consumir é o próprio consumidor", disse.