A MAN Latin America, marca à frente da unidade de fabricação de caminhões e ônibus da Volkswagen no Brasil, foi rebatizada. O novo nome é meramente a descrição literal para o inglês do que produz essa planta da montadora alemã instalada há 25 anos em Resende, no Estado do Rio: Volkswagen Truck & Bus.
"O objetivo é tornar a marca o mais internacional possível. A gente é muito forte no Brasil, líder de mercado, e vai buscar essa liderança em outras partes do mundo", disse na quarta-feira (18) o presidente da empresa, Roberto Cortes, por telefone, da Suécia, onde participava de evento com integrantes do mercado de capitais promovido por uma empresa do grupo alemão.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG .
Além disso, a venda de caminhões Volks deve ganhar em breve o estímulo financeiro do consórcio. A modalidade de financiamento tem crescido no país, mesmo durante a pandemia.
Essa unidade de negócios, que opera debaixo do guarda-chuva da Volkswagen Financial Services, não havia entrado no ramo de caminhões até aqui, inibida pela presença historicamente forte de linhas de financiamento oficiais.
A nova frente será a primeira a ser aberta dentro da parceria firmada entre a Volks e a Embracon Administradora de Consórcio, anunciada também ontem, em evento realizado em São Paulo.
Segundo o diretor executivo do braço financeiro da Volks, Rodrigo Capuruço, a administração dos consórcios da Volks passa à parceira. Nas estimativas dele, a expectativa é vender cerca de R$ 10 bilhões em cotas de consórcio nos próximos cinco anos.
Segundo Capuruço, o Consórcio Nacional Volkswagen tem aproximadamente 70 mil consorciados. A Embracon, por sua vez, tem 160 mil contratos ativos debaixo de si.
O negócio ainda está sendo submetido ao crivo das autoridades competentes e, nas estimativas do presidente e um dos fundadores da Embracon, Guido Savian, a venda de novas cotas geridas sob a parceria deve acontecer a partir do segundo semestre e a absorção da carteira atual da Volks deve estar concluída ao longo dos próximos 12 meses.
Segundo Savian, 500 novos representantes comerciais serão contratados para se dedicar exclusivamente à parceria. Conforme o contrato de prestação de serviços celebrado entre as duas empresas, a Embracon administrará as cotas vendidas por ambas as forças de vendas, que continuarão atuando de maneira independente, e será remunerada por contrato. Não há exclusividade. A Embracon seguirá vendendo consórcios de outras marcas.
Mudanças na marca
A marca Volkswagen Ônibus e Caminhões continuará sendo usada comercialmente nos países de língua portuguesa onde está presente, assim como a sua tradução em espanhol, para os mercados que falam o idioma, além da versão em inglês, para mercados como a África do Sul ou outros locais mais voltados à exportação.
Segundo Cortes, essa unidade de negócios está presente em 30 países no Hemisfério Sul e, além do ganho de participação nesses mercados, busca a expansão para outros em que ainda não está.
"Queremos ir primeiramente para o Noroeste da África. Um dos países é o Togo. E queremos também estar no Oriente Médio, começando eventualmente na Jordânia", disse Cortes.
Segundo ele, a Volks quer levar seus caminhões e ônibus também para Benim, Burkina Faso, Sudão e Sudão do Sul, na África.
Nas Filipinas, mercado em que entrou há dois meses, a Volks ainda se empenha para ganhar espaço. Segundo o CEO da empresa, a Volks vai usar a distribuição de marcas irmãs, como Scania ou MAN, para chegar ao consumidor mais rapidamente.
Onde já está, a Volkswagen Truck & Bus tem em média participação de 10% do mercado. O objetivo é se aproximar da fatia com que lidera no Brasil, de aproximadamente 30%, segundo Cortes.