Nesta semana, o Nubank divulgou os resultados financeiros relacionados ao seu primeiro trimestre de 2022. Os números mostram que a companhia registrou prejuízo líquido de US$ 45,1 milhões , mas lucro ajustado de US$ 10,1 milhões. Na comparação com o mesmo período de 2021, houve progresso. Apesar disso, a sensação é a de que o desempenho poderia ter sido melhor.
Em número de clientes, o Nubank fez bonito. A instituição registrou 5,7 milhões de novos usuários no primeiro trimestre de 2022. Esse número fez a base total chegar a 59,6 milhões de clientes. Na comparação ano a ano, houve um acréscimo de 22,5 milhões de usuários.
A receita nos três primeiros meses do ano ficou em US$ 877,2 milhões. É outro número impressionante, principalmente se levarmos em conta que, no primeiro trimestre de 2021, a receita registrada foi de US$ 245 milhões.
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Já o lucro bruto ficou em US$ 294,1 milhões. Mas, de novo, esse é o lucro bruto. Se olharmos para o lucro líquido ajustado, que considera despesas sobre a remuneração de ações e seus efeitos tributários, o valor ficou em US$ 10,1 milhões.
Não é um valor muito animador para os investidores. Mas o montante é melhor do que o prejuízo líquido ajustado de US$ 13,1 milhões que o Nubank apresentou no primeiro trimestre de 2021.
Coincidência ou não, na divulgação dos resultados sobre 2021, a companhia também havia dado destaque para o lucro líquido ajustado.
Agora, se olharmos para o lucro líquido em si (que não considera os ajustes aplicados pela instituição), bom... Não houve lucro. Na verdade, a companhia encerrou o período com um prejuízo líquido de US$ 45,1 milhões, montante equivalente a R$ 224 milhões na conversão atual.
Em resumo, não foi no último trimestre que o Nubank "deu dinheiro". Pelo menos os US$ 45,1 milhões são um valor "menos pior" do que o prejuízo de US$ 49,4 milhões registrado no primeiro trimestre de 2021.
Fundador do Nubank mantém otimismo
Alguns fatores explicam esse cenário pouco agradável. Um deles é o aspecto da inadimplência. 4,2% dos empréstimos feitos pelo Nubank no período estão com mais de 90 dias de atraso nos pagamentos. Já o índice de inadimplência entre 15 a 90 dias ficou em 3,7%.
A despeito desse e dos demais complicadores, David Vélez, fundador e CEO do Nubank, manifestou otimismo no relatório financeiro:
"Esse foi o trimestre mais forte na história do Nu. Alcançamos cerca de 60 milhões de clientes e uma taxa de atividade recorde de 78%.
(...) Nossa carteira de crédito teve expansão significativamente superior à do mercado e manteve níveis de qualidade saudáveis. Esse resultado é fruto do nosso avançado modelo de risco e de nosso portfólio de crédito disciplinado e resiliente, especialmente considerando as condições macroeconômicas atuais."
Mas o mercado financeiro não parece concordar com o executivo. Na terça-feira (17), um dia após a divulgação dos resultados financeiros, o Nubank (NUBR33) perdeu aproximadamente US$ 1,2 bilhão em valor de mercado.
Nubank tem prejuízo de US$ 45 milhões, mas volta a destacar “lucro ajustado”