Número de trabalhadores da indústria precisa subir 2 milhões em 3 anos
Ivonete Dainese
Número de trabalhadores da indústria precisa subir 2 milhões em 3 anos

A indústria precisará de 2 milhões de trabalhadores qualificados em formação inicial para repor inativos e preencher novas vagas até 2025, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta segunda-feira (16).

Essa é uma parcela dos 9,6 milhões de trabalhadores que precisarão de qualificação para trabalhar na indústria nos próximos anos. Os outros 7,6 milhões são de pessoas que já estão na indústria ou já tem formação e precisarão passar por novos aperfeiçoamentos profissionais.

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Entre as áreas que mais precisarão de profissionais com formação inicial, estão as transversais, que possibilitam a atuação em áreas diferentes, como técnico em segurança do trabalho e de apoio em pesquisa e desenvolvimento.

O gerente-executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, ressalta que os profissionais considerados transversais têm mais espaço no mercado por poderem atuar em áreas diferentes da indústria.

"São profissões que atuam independente do setor, são posições como técnico de segurança do trabalho, como técnico em mecânica de manutenção de máquinas. Essas profissões têm uma relevância maior, ao olhar para isso, a gente percebe que são menos sujeitas a mudanças abruptas no setor", disse.

As outras áreas de formação que serão requisitadas são parecidas tanto para os iniciantes como para quem está inserido no mercado. As áreas com maior demanda serão a deconstrução, metalmecânica, logística e transportes e alimentos e bebidas.

Novas vagas

Dentro desses 2 milhões, o estudo aponta que em quatro anos devem ser criadas 497 mil novas vagas em ocupações industriais. O restante é para reposição de inativos. 

Essas novas posições terão diferentes níveis de requerimentos de qualificação. A maior parcela, 208 mil, serão trabalhadores com baixa qualificação, como motoristas de veículos de cargas e alimentados de linhas de produção.

Segundo Guerra, dois públicos principais poderão preencher essas vagas: profissionais que saíram do mercado de trabalho mais recentemente e precisam passar por uma requalificação profissional e recém-saídos dos cursos de formação. 

"Isso é muito heterogêneo no mercado de trabalho, pessoas que entram já tem uma certa experiência e boa parte deles também por conta da formação inicial. O mercado de trabalho está muito pressionado, desemprego muito alto, então há concorrência muito grande entre esses dois públicos", contou.

Com um pouco mais de treinamento, a demanda por profissionais como mecânicos de veículos, padeiro e instaladores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados, será de 64 mil no mesmo período.

Já no caso de profissionais com ensino técnico, como especialista em logística de transportes e técnico em controle de produção, a demanda será de 136 mil e de superior, como analistas de tecnologia da informação e profissionais de planejamento, programação e controles logísticos, 90 mil.

De acordo com Guerra, haverá um aumento na demanda por profissionais mais qualificados, com uma régua mais alta de ingresso no mercado, apesar da procura ainda ser majoritariamente por trabalhadores com menos qualificação.

"Com a questão da Covid e também o processo de difusão de tecnologia focadas na questão da automação com conteúdo tecnológico, exige que os profissionais tenham nível de qualificação mais elevado", explicou.

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